SUPER HOMEM E MULHER MARAVILHA NA ESCOLA ?
POR MARLI DIAS RIBEIRO
Uma metáfora
abre-nos possibilidades de imaginar um tema por horizontes diferentes do
habitual. Gosto de quadrinhos, por isso, os super-heróis são figuras
emblemáticas e passeiam na mente de crianças e adultos, e claro, na minha através
dos tempos. Parece que projetamos o impossível nos professores e professoras.
Seriam eles os heróis que precisamos? O homem e mulher perfeitos e inatingíveis
dos desenhos escolares?

Ser infalível é uma expectativa construída
em torno da figura heroica do professor. Um modelo de escola caracterizado pela formatação
do sujeito à produção, à tecnologia, à aprovação a qualquer custo, à inovação,
eficácia e a excelência em contraponto
com a identidade, da subjetividade, e seus processos de interação coletiva,
projetam uma cultura de reconhecimento e excelência para super-humanos, o que não somos. Infelizmente não somos capazes de trocar de roupa, usar superpoderes, raios, velocidade
da luz, voar, nos transformando em heróis como nas histórias em quadrinhos. O
mundo real é dinâmico, inconstante, incerto e precisamos caminhar por ele como
humanos que somos mesmo na ilusão de sermos heróis.
Nessa ilusão, nessa saga, a criptonita, pedra que ilustra o
elemento que subtrai os poderes do super-homem, encontra-se presente num
movimento dinâmico, global, institucionalizado nas práticas pedagógicas e em
nossa formação escolar. A cobrança nos
afeta e a fraqueza não se limita a um elemento (a pedra), ela agora parece
estar em muitos espaços, em tempo real, na nuvem de informações que nos
acompanha em quase todos os lugares. A pedra vermelha, se é essa sua cor, já
não parece sólida, muda de cor, de forma, de lugar, de brilho. Conecta-se,
simula e dissimula. Atravessa nossa vida de forma letal. Aliás, mesmo os super-heróis
possuem fraquezas que não reveladas. Estamos adoecendo nessa ficção da vida
real, em nosso trabalho, e na cobrança exagerada por resultados nem sempre
atingíveis.
A atividade pedagógica não deveria ser caminho apenas de
produção, rentabilidade, sobrevivência. O labor na escola vai além dessa
simplificação. Ele pede um ser, um saber, o fazer. Por isso, para além dos heróis, que
parecemos querer ser, existem pessoas que sentem, que aprendem, e que pensam.
Seria magnifico se pudéssemos nos transformar em heróis para trabalharmos pelo
social, pelas relações humanas, pela transformação na escola e pela escola. Por enquanto, caminhemos como heróis de nosso cotidiano, fazendo o melhor, por nossos
alunos, pais e comunidade e mesmo com poderes limitados, mas muitas vezes
superados, pela incrível capacidade humana que possuímos de ter fé na educação.
Imagens: Internet
Imagens: Internet
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