VIOLÊNCIA NA ESCOLA: escondê-la é negar a chance de construir novos horizontes
Por Marli Dias Ribeiro
VAMOS EDUCAR PARA A PAZ,
VAMOS NOS UNIR PELA PAZ,
A EDUCAÇÃO PODE CONTRIBUIR PARA UM MUNDO MELHOR...
São múltiplas as situações de violência nas escolas e em variados casos estão associadas a um conjunto de fatores.
A violência não deve ser subestimada, pois se ela não for debatida, pode gerar o fracasso escolar, a indisciplina, a evasão e a negação do sujeito.
Algumas escolas vinculam a situação da violência usando a culpabilização, o jogo de empurra e de inércia, as falsas soluções. Podemos e precisamos considerar a violência na escola, pela escola e externa a instituição. Cada situação requer um planejamento criterioso e sobretudo, coletivo.
É fato que as violências estão presentes na escola, na rua, na comunidade, nas redes sociais em situação que apresenta a escola, ora como vítima, ora autora, por vezes passiva nos atos de violência, por isso, precisamos levar para a prática o que as pesquisas nos mostram não como respostas, porém, como novas perguntas e ações.
Penso que o desafio passa por aprender, sobreviver, viver, e arriscar-se a conviver. Quais seriam os caminhos, as possibilidades para procurar romper as relações de violência na escola sabendo que ela está inserida em um contexto social, cultural e histórico?
Não existe solução pronta, Vasconcelos (2017) em sua pesquisa, sugere possibilidades que envolvem ações que permeiam o currículo, a gestão, as interações com os alunos e a comunidade. Dentro dessas dimensões um trabalho de escuta, reflexão e ações concretas podem apontar novos indicadores.
As possibilidades passam por compreender que a escola e a sala de aula, são microssistemas e se associam ao projeto curricular, à administração escolar, e finalmente, a sociedade/valores/cultura global, como um macrossistema (PESCADOR; DOMÍNGUEZ, 2001). Não existe ação isolada para diminuir a violência pois ela engloba relações que perpassam toda a instituição, e podem estar exterior à escola.
Então, quais ações poderiam eliminar ou amenizar o problema? Das variadas estratégias adotadas é importante sempre a escuta às vítimas. Também em muitas escolas a aproximação entre pais e comunidade educativa abrem novas janelas. Ainda é necessário considerar o fim da punição, o fim da culpabilização do outro, investir em Projetos escolares contextualizados, democráticos e participativos, apoiar-se na pedagogia crítico-reflexiva.
A violência está presente, escondê-la é negar a chance de construir novos horizontes. Caminhemos sempre porque para além dos limites, há o inédito viável (Paulo Freire). Que exista esperança para aprendermos a sobreviver, conviver e viver na escola, e, superar a violência.
PESCADOR, J. E. P.; DOMÍNGUEZ, M. R. F. Violencia escolar, un punto de vista global. Revista Interuniversitaria de Formación del Profesorado, n. 41, p. 19-38, 2001. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/articulo? Código=118100. Acesso em: 20 maio 2018.
Para saber mais:
VASCONCELOS, Ivar Cesar Oliveira de. Aprender a conviver sem violência: o que dá e o que não dá certo. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro. 2017.
VASCONCELOS, Ivar Cesar Oliveira de. Aprender a conviver sem violência: o que dá e o que não dá certo. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro. 2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.