terça-feira, 18 de setembro de 2018

PORQUE PRECISAMOS REFLETIR O IDEB NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS


PORQUE PRECISAMOS REFLETIR  O IDEB NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS


 Por Marli Dias Ribeiro

          

                  A disponibilidade de um sistema amplo de indicadores sociais relevantes, válidos e confiáveis certamente potencializa as chances de sucesso do processo de formulação e implementação de políticas públicas. Os indicadores, em tese, permitem diagnósticos sociais, monitoramento de ações e avaliações de resultados mais abrangentes e tecnicamente mais bem respaldados.
                     A leitura de um indicador deve sempre ser uma reflexão crítica desvinculada de uma ação pontual, focada apenas no número ou percentual evidenciado. Deve ser clara a ideia de que o indicador é um recurso metodológico para auxiliar a interpretação da realidade de uma forma sintética e operacional, porém, não traduz toda a complexidade da realidade investigada completamente, mas pode contribuir para compreender variados contextos.

               O indicador é comumente utilizado para o diagnóstico de determinada condição (ambiental, econômica, social, educacional, etc.), para o monitoramento, planejamento, avaliação de políticas públicas e para a pesquisa de um modo geral. Indicadores sociais visam traduzir, de forma objetiva, as características e transformações que ocorrem em uma dada realidade. Indicadores educacionais, por sua vez, cumprem a função de produzir informações sobre a situação escolar da sociedade.

               Nesse contexto, O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) como indicador social busca conferir um aspecto objetivo e sumário para realidades complexas e para as quais não se possui apenas uma variável explicativa. É importante ter em conta que todo indicador carrega em si uma concepção e uma visão parcial do fenômeno que se propõe a analisar, (JANNUZI, 2001). Apenas medir não traduz o uso de indicadores.

           Que pesem as críticas que cercam esse índice , o IDEB é mais um instrumento em prol da redes de ensino,  da escola, e ainda, mais uma ferramenta para a avaliação, ele é um ponto de partida, de apoio, um elemento a mais para repensar e planejar a ação pedagógica, a gestão educacional e as Políticas Públicas.

       Nesse sentido, o IDEB, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), constitui exemplo de uma medida que busca agregar realidades complexas e expressá-las de modo direto e resumido. Ele procura reunir, em um único número, dois conceitos relacionados à qualidade da educação: médias de desempenho em testes educacionais padronizados e o fluxo escolar dos estudantes,[1] (INEP, 2015).

             De fato, compreender o sentido do uso desse indicador e utilizá-lo pra construir estratégias que estejam orientadas para a qualidade da escola e aprendizagem dos estudantes deve ser a principal orientação para que a gestão e a própria comunidade escolar tenham um parâmetro. 

            Esse indicador é  uma forma razoavelmente  simples de diagnosticar a situação atual e de projetar metas, além de acompanhar o crescimento da escola ao longo do tempo. Cabe lembrar que nenhum resultado deva ser usado isoladamente mas inserido no contexto sobre o qual foi estudado.

              Por fim, romper com a ideia de que os indicadores são apenas instrumentos métricos e colocá-los a serviço da comunidade escolar é um desafio que precisamos enfrentar. De fato, mais que um retrato parcial de uma realidade complexa, seus resultados devem nos levar a questionar onde, em que aspectos, e em quais situações podemos atuar a fim de construir ações capazes de avançar os pontos frágeis da educação que ofertamos.



Referências:

1- INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Plano Nacional

de Educação PNE 2014-2024: Linha de Base. Brasília, DF: Inep, 2015. 404 p. Disponível em:

http://www.publicacoes.inep.gov.br/portal/download/1362.

JANNUZZI, P. M. Revista Brasileira de Administração pública: Indicadores sociais no Brasil. Campinas, n. 72, jan/fev 2002.



Para calcular o IDEB são considerados dois fatores: 

1. Taxa de rendimento escolar, que na prática, se traduz nos índices de aprovação e evasão obtidos pelo Censo Escolar. É uma medida do fluxo dos alunos. 
2. Médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo Inep, como a Prova Brasil (para Idebs de escolas e municípios) e do Saeb (no caso dos Idebs dos estados e nacional).

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Política é assunto para professora e professor



Política é assunto para professora e professor …





Por Marli Dias Ribeiro

         
        Talvez você já deve ter ouvido a palavra politéia inúmeras vezes nesse  ano de eleição. Essa tal de politéia usada pelos gregos atualmente está na roda de conversa, no rádio, TV, nas redes sociais, nos memes, piadas diversas,  e claro, deve estar na escola. Em nosso português é a famosa política! E política, você gostando ou não,  está relacionada à vida em sociedade, às relações de poder (lembra da  obra “ A Política” de Aristóteles?) ,nas escolhas de grupos, na expressão de opiniões, nas diferenças e conflitos , e nas ações de cada sujeito no mundo social, inclusive, nas relações estabelecidas dentro e fora da escola. E na escola? Nela falamos em Projeto Político Pedagógico.
         A política está presente em nossas ações educativas e praticamente tudo que acontece nas escolas são frutos diretos de ações e omissões de políticas implementadas. Já parou para pensar nisso? Num dos clássicos da literatura, O Príncipe, de Maquiavel, fica clara a luta travada pelo poder, pela manutenção do poder no Estado, o que incluí que os fins nem sempre justificam os meios, e  a política parece  estabelecer esse entrelaçamento cínico.
             A Educação Pública muitas vezes fica refém de combinados políticos, arranjos, escolhas que estão fora dos interesses dos estudantes, professores, escolas e baseados em acordos distantes dos interesses da comunidade.        
             Mas  escola, enquanto  espaço social, tem suas ações apoiadas em escolhas, em lutas, reflexões. Nessa lógica, no âmbito da educação, a Política Pública é afunilada para o que chamamos de   Política Educacional e que pertence ao grupo de Políticas Públicas Sociais. Se a escola e sua comunidade  busca conquistas e uma educação de qualidade a política é o  instrumento de implementação dos movimentos e referenciais educacionais. 
           Ela  se faz presente através da Legislação Educacional e, só para lembrar,  quem escreve a lei, é escolhido por nós, pelo voto, por nossas opções políticas.  Assim, eu professora, e toda comunidade temos que pensar em política, e pensar muito bem.
             Quando caminhamos rumo à  escola esse embate também existe, seja nas relações professor-aluno, direção-professor, escola-comunidade e outras. O tipo de merenda que chega na escola, a contração e formação de professores, a construção de escolas, as verbas que chegam ou não, o tipo ou modelo de gestão escolar, o currículo, o livro didático, etc, etc, etc… por isso política é assunto de professor, de aluno, de servidor, de todos. 
         Por fim, se você educador não conhece, não debate, não opina, se sua escola ainda não parou para refletir sobre isso, alguém certamente estará fazendo as escolhas por vocês. 
        Enfim, o pior é que, nem sempre a escolha do outro, é a favor da escola pública, democrática e de qualidade que nossos alunos e que nossa comunidade tanto sonha,  necessita e merece. QUEM VALORIZA A EDUCAÇÃO ACREDITA NO FUTURO.


FICA A DICA: Fonte de implementação da educação nacional e das políticas em educação  a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), suas  alterações dependem da Câmara Federal, Senado e Governo. Além disso diversas Políticas Educacionais locais são elaboradas pelos  Governos do Estado e do Distrito Federal.



SOBRE PESADELOS E SONHOS

  SOBRE PESADELOS E SONHOS Marli Dias Ribeiro  S onhos... Penso ser mais agradável iniciar pelos pesadelos, pois prefiro encerrar a escrita ...

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