quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Resenha: A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação

 

Resenha Parte 1: A formação de professoresda Escola Normal à Escola de Educação

 

LOURENÇO, M. B. & FILHO, L. R. (org.)  A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação. Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2001.125p.

                                                                                       


 “ Nenhuma profissão justifica progresso e avanços constantes como a de mestre ” (LORENÇO, 2001, p.114). 


Por Marli Dias Ribeiro 


            O livro de 125 páginas reuni uma coletânea de nove ensaios   publicados na Revista de Educação, de Piracicaba, São Paulo e na Revista de Estudos Pedagógicos, do Rio de Janeiro no antigo, Distrito Federal, de 1922 até 1960.   Alguns dos textos são exemplos singulares em experiência de formação de professores na década de trinta. Eles agregam documentos históricos e pedagógicos, estudos e práticas de preparação de docentes. Em linguagem objetiva e com trechos reflexivos tornam Lourenço Filho uma referência nacional na educação e na gestão escolar.

            No texto: A arte de ensinar, o tema é a vocação. O autor inicia apresentando ao leitor a ideia de que aprender e ensinar são o alvorecer da vida humana. A complexidade social encaminhou o pai, o mestre e o sacerdote a prolongar os costumes de ensinar, seja pela tradição de chefe patriarcal, seja pelo cunho religioso, fazendo-se assim, do ensino um fundamento da sabedoria.

 A escola moderna como função do Estado geraria segundo o autor, o mestre em seu tipo atual, o professor civil e leigo, homem ou mulher. A profissão nasceria do poder do pai, ou a serviço da crença. O professor seria o mestre, um soldado da pátria, ou servidor de Deus, destaca Lourenço.

            Inicialmente são apresentadas as condições, o surgir, e o lugar do professor. Em seguida, o texto mostra as condições e dificuldades de se alcançar o elevado valor da missão educativa.

A figura da professora não aparece retratada com a de uma simples heroína, o trabalho intelectual, segundo o autor, tem a fácil ideia de facilidade, o que de fato não é. Por outro lado, questões econômicas e políticas, definem, ser o professor em essência, uma criatura ínfima na ordem social. O poder do mestre ultrapassa a questão econômica e se estabelece não é pela força física, que a porém, pelo fato de que ensinar pode ser dominar. 

            Nesse sentido, pergunta-se da existência de uma vocação para o magistério. Ela existe?  A resposta de Lourenço é que não há uma vocação mística, predisposição orgânica, mas sugere-se que certos indivíduos com maior ou menor eficácia aderem à profissão por influência social. Destaca que a tendência de ensinar é comum, todavia a certos tipos que suportam melhor a profissão, possuem psiquismo que melhor respondem às suas exigências.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

EDUCAR NA ERA DIGITAL: a escola pensando e fazendo gestão do conhecimento

 

EDUCAR NA ERA DIGITAL: a escola pensando e fazendo

 gestão do conhecimento 

                                                                                                          Por Marli Dia Ribeiro 

 

O mundo mudou e a educação precisa e deve acompanhar os contextos de transformação ou pode deixar de oferecer aos estudantes as habilidades e expressões dos novos tempos.


A sociedade e a escola não podem estar separadas e, hoje esta relação se manifesta nas redes sociais e de  partilha,  em comunidades  virtuais,  nos blogues e nos espaços de construção coletiva das novas narrativas de conhecimento, isso exige habilidades importantes para estudantes e educadores. 

 São várias as habilidades que precisam ser trabalhadas e desenvolvidas. Destacamos as que foram explicitadas por W. Tony  em sua obra  Educar na era digital. Assim tronar-se fundamental que os espaços educativos trabalhem em: 

  • Habilidades de comunicação:  precisamos incluir habilidades de comunicação em mídias sociais, em   comunicação tradicionais de ler, falar e escrever de forma coerente e clara. Exemplos como criar um pequeno vídeo no YouTube para capturar a demonstração de um processo, fazer um discurso de vendas e desenvolver a oratória na e fora da escola;
  •  Capacidade de aprender de forma independente: isso significa assumir a responsabilidade de planejar o que você precisa saber e encontrar esse conhecimento.  É um processo contínuo porque a base do conhecimento está em constante mudança. Procure aprender  e ensinar novas maneiras de fazer as coisas, ou aprender quem são as pessoas que você precisa conhecer para fazer o trabalho;
  • Ética e responsabilidade: são necessárias e essenciais para construir a confiança (particularmente importante em redes sociais informais), mas também porque geralmente é positivo em um mundo onde há muitos jogadores diferentes, relações éticas e responsáveis  asseguram um mundo mais solidário para todos;
  • Trabalho em equipe e flexibilidade:  embora muitos trabalhadores do conhecimento trabalhem de forma independente ou em pequenas empresas,  dependem  fortemente  da  colaboração  e  da  partilha  de  conhecimentos com outras pessoas em organizações relacionadas, mas independentes. Em particular, os trabalhadores do conhecimento, professores e outros,  precisam  saber  como  trabalhar  de  forma colaborativa, virtualmente e a distância com colegas,  e parceiros na solução de problemas e criação de novas possibilidades.
  • Habilidades de pensamento (pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, originalidade e elaboração de estratégias):  de todas as habilidades necessárias em uma sociedade baseada no conhecimento, estas são algumas das mais importantes. Negociadores,
    em particular, são cada vez mais solucionadores de problemas, em vez de seguir processos padronizados, que tendem a se tornar automatizados.
  • Competências digitais: a maioria das atividades baseadas no conhecimento depende fortemente do uso de tecnologias.  A questão-chave é que essas habilidades precisam  ser  incorporadas ao domínio do conhecimento em que a atividade ocorre. Assim, o uso da tecnologia digital tem de ser integrado e avaliado por meio da base de conhecimentos da área;
  • Gestão do conhecimento: esta é talvez a mais abrangente dentre todas as habilidades. O conhecimento não só está mudando rapidamente com as novas pesquisas, novos desenvolvimentos e rápida disseminação de ideias e práticas por meio da internet, mas as fontes de informação também estão aumentando, com uma grande variabilidade na confiabilidade ou validade das informações. A habilidade fundamental em uma sociedade baseada no conhecimento é a gestão do conhecimento: como encontrar, avaliar, analisar, aplicar e divulgar informações em um contexto particular.

    Por fim, o desenvolvimento destas habilidades é um processo coletivo que deve ser construído a partir do diálogo e da colaboração de toda comunidade. 




Fonte: W. (TONY) BATES -EDUCAR NA ERA DIGITA: design, ensino e aprendizagem. As competências necessárias na sociedade do conhecimento (adaptado da CONFERENCE BOARD OF CANADA, 2014):

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

AVALIAÇÃO: RESPEITO, CUIDADO E ZELO COM O OUTRO.


                                AVALIAÇÃO: RESPEITO, CUIDADO E ZELO COM O OUTRO

 

                                                                                                                                 Prof. Dr. Erisevelton Silva Lima 


        A maneira como tratamos as pessoas no trabalho revela, quase sempre, como lidamos com o outro no cotidiano, independente da profissão abraçada. A questão da avaliação torna os tons, mais fortes, porque muitos avaliadores parecem desfrutar de uma situação ultraprivilegiada e repleta de vaidades. Como bem afirmaram Freitas e outros (2009) a avaliação abre ou fecha portas, nesse sentido reiteramos sobre a necessidade de mantê-las, pelo menos, entreabertas; a intenção é a de que evitemos danos maiores ou prejuízos indeléveis para aqueles que estão aprendendo.  À guisa da garantia do controle muitos avaliadores dilaceram a ética e a compaixão em nome de algo presumível, porém pouco tangível, ou seja, o próprio conceito de qualidade; a isso Sordi e Santos (2021) denominaram, acertadamente, de avaliocracia.  

         Não podemos esquecer que somos todos sujeitos da aprendizagem enquanto avaliamos, a diferença é o sentimento que ficará com o outro em razão de como foi ou não respeitado. Cumpre lembrar que assim se estrutura o ‘profissionalismo’ daqueles que tecem os fios da colcha artesanal da avaliação, infelizmente, sem que percebam as diversas exclusões praticadas. Não foi em vão que Hoffmann (2014) alertou-nos que ao avaliar nos denunciamos.




       Sabemos, sobejamente, que a avaliação no percurso se difere da avaliação do percurso. Todavia, percorrer com o outro garantindo-lhe a escuta, ajustando o itinerário formativo e potencializando o diálogo entre o avaliador com o avaliado pode atenuar as dores e os dissabores que permeiam essa jornada. Avaliar é uma tarefa árdua e repleta de sentimentos, ora bons, ora ruins. Recorramos a Marshal Rosenberg (2006) para lembrarmos que a forma como nos comunicamos pode ser mais ou menos violenta e, com isso, intensificamos a saúde do diálogo entre o avaliador com o avaliado. Em decorrência dessas e outras, algumas questões precisam ser eleitas, quais sejam: como estabeleço um diálogo avaliador respeitoso, como realizo uma escuta ativa no momento da avaliação, como permito ao estudante manifestar suas dúvidas e angústias no processo educativo/avaliativo, como garanto a defesa e o argumento do sujeito que avalia enquanto é avaliado? Tais respostas podem nos ajudar nos momentos privilegiados da formação dos professores novos ou daqueles mais experientes. Talvez esteja aqui o objetivo deste pequeno texto reflexivo: que cada um preencha com suas próprias respostas.

         Cumpre lembrar que nossas experiências, vagas ou vastas, são detentoras de inúmeros prejuízos causadores das impaciências para ouvir, escutar e se conectar com o outro. Somos apressados, nossas preconcepções se arvoram e antes mesmo que o outro fale já completamos o pseudosentido da frase ou palavra que deduzimos. Eis um desafio hercúleo, aprender a escutar. É, pois, nesse sentido que sugerimos o uso dos diálogos que potencializem a autoavaliação como precursores dos estágios de acolhida, escuta e conexão com aqueles que agora aprendem. Tais diálogos, socráticos, deixam o outro falar, elaborar e refletir sem medo de punição, vale lembrar.

Aprendamos como avaliar, sobretudo, com humanismo. Para isso precisamos que os sujeitos avaliados possam, também, avaliar a avaliação a que foram submetidos. A bandeira ou tema da avaliação abala as relações institucionais e pessoais. Nossa história de avaliar para excluir e punir ainda deixa o campo educacional tenso e fértil para desconfianças e medos, e isso é muito ruim. Os diálogos que estimulam a autoavaliação podem corroer essas rígidas estratégias da cultura avaliativa, os sujeitos da avaliação não precisam ser vistos como perseguidores ou perseguidos, eles podem entender que a avaliação que desejamos é formativa e, portanto, interventiva, dialogada, consensual e ética. Como bem disse Villas Boas (2014), trata-se de avaliar para a aprendizagem. Quanto mais os sujeitos do processo educativo/avaliativo demonstrarem segurança e confiança uns nos outros, melhores serão os resultados. Não precisamos ameaçar ou amedrontar para ensinar, muito menos para aprender

Texto gentilmente cedido por:   Erisevelton Silva Lima – Pedagogo, Doutor em Educação pela  Universidade de Brasília-UnB), Professor da SEEDF e formador para  docência nas escolas judiciais e de magistratura brasileiras. 

 

REFERÊNCIAS

 

FREITAS, Luís Carlos de e outros. Avaliação Educacional: caminhando pela contramão. Ed Vozes, RJ, 2009.

HOFFMMANN, Juçara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 33. ed. Porto Alegre, RS: Mediação, 2014

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Ed. Ágora, RJ, 2006.

SORDI, Mara Regina Lemes de. SANTOS, Marcos Henrique Almeida dos. O lugar da avaliação das aprendizagens em uma perspectiva histórico-crítica. In: VEIGA, Ilma Passos A. FERNANDES, Rosana César Arruda, (Org) Por uma Didática da Educação Superior. Autores Associados- SP, 2021.

VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Avaliação para a aprendizagem na formação de professores.  Cadernos de Educação, Brasília, n. 26, p. 57-77, jan./jun. 2014



quinta-feira, 5 de agosto de 2021

TODOS OS EDUCADORES SÃO LÍDERES IMPORTANTES

 

TODOS OS EDUCADORES SÃO LÍDERES IMPORTANTES


Por Marli Dias Ribeiro 

 “Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor”. Walt Disney

O estudo e o conceito de liderança são alvo de pesquisa ao longo dos tempos. Há décadas estudiosos buscam desvendar a influência de líderes e como pessoas podem ser motivadas a apresentarem resultados em trabalhos e atividades em grupo quando orientadas. Quem não se lembra de um professor liderando seus estudantes?



Na antiguidade, Platão em sua obra a “República” discorria sobre o líder ideal. Sócrates, tornou-se conhecido por instruir e ensinar seus discípulos por meio de uma série de perguntas cuidadosamente elaboradas e selecionadas com a intenção de pensar a autoavaliação, e levar o estudante a uma conclusão sobre sua atuação com o poder. Este método de perguntar era usado para desenvolver as habilidades de pensamento crítico. Bass (1988) argumenta que "desde sua infância, o estudo da história tem sido o estudo dos líderes - o que e porque eles fizeram o que fizeram".  Muitos estudos sobre liderança são mais frequentes em história e psicologia. Mas, o que é liderança, o professor é um líder? 

Segundo Chiavenato, "a liderança é, de certa forma, um tipo de poder pessoal. Através da liderança uma pessoa influencia outras pessoas em função dos relacionamentos existentes (...)”. O autor condiciona seu conceito a fatores voltados a influência e a relação existe entre o líder e o liderado, Chiavenato (2000, p. 446). 

            O termo liderança segundo Stogdill (1974) pode ter aparecido por volta do ano de 1300 da era cristã. Seu estudo perpassa as mais variadas áreas do conhecimento e diversos enfoques são atribuídos ao tema. A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Para Chiavenato (1999) quando um líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.


A liderança é um processo chave em todas as organizações e o líder tem grandes responsabilidades com o grupo, comunidade liderada pois sendo a liderança uma forma de influência a pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional, sendo as consequências, então, ligadas as escolhas do líder. De fato, a liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. A escola é um destes espaços, assim, todo educador é um líder. CHIAVENATO (1999, p. 553-627).

            De modo geral podemos dizer que a liderança existe sempre baseada em processos que envolvem grupos variados de pessoas, que são influenciadas, motivadas ou orientadas por um líder para executar determinado fim ou ainda, realizar trocas sociais. Estas ações são rotineiras nas escolas e os professores exercem grande poder de influência sobre os estudantes.

Nas últimas décadas a temática sobre liderança ganhou força e relevância sendo abordada por especialistas em gestão e especialistas em assuntos organizacionais. Bass (1998) assegura que: “Existem quase tantas definições de liderança quantas pessoas que tentaram definir o conceito”.

Sim, o educador é um grande líder, e deve assumir seu papel de liderança no espaço educativo, perceber-se como agente de transformação, focar nas habilidades do líder conduzir, influenciar e canalizar a energia dos estudantes liderados a atingirem objetivos educativos, sociais, de fraternidade e de acolhida. Esta ação de mudança faz-se necessária em tempos difíceis como os de agora.

Assim, a ideia principal abordada nas definições de liderança passa pela habilidade do líder orientar pessoas, utilizando suas características, estratégias, influência, e percepção, mas também, sua capacidade de compreender a posição de liderança para pensar um ambiente de solidariedade, respeito, empatia e aprendizado, e isto, cada professor deve, e sabe fazer com extraordinária maestria.

 

Referências:

Imagens: Pixa bay

BASS, B. M. Transformational leadership: Industrial, military, and educational impact.1998.

CHIAVENATO, Ildebrando. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CHIAVENATO, Ildebrando. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6 eds. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

STOGDILL, R. M. Handbook of leadership, N. Y., MacMilan/Free Press, 1974.

 

 

sexta-feira, 18 de junho de 2021

DEMOCRACIA É RESPONSABILIDADE, DIREITO E DEVER, DE TODA COMUNIDADE ESCOLAR, DE TODO CIDADÃO!

DEMOCRACIA HOJE, AMANHÃ E SEMPRE!


 

DEMOCRACIA É RESPONSABILIDADE, DIREITO E DEVER, DE TODA COMUNIDADE ESCOLAR, DE TODO CIDADÃO! A DEMOCRACIA TRANSFORMA A ESCOLA.


Por Marli Dias Ribeiro


 Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia ( Nelson Mandela)

A Democracia parece ser utopia para o povo brasileiro. Se olharmos a história de nossa pátria temos atropelos, idas e vindas, e depois, de tantos anos de República você saberia dizer quantos presidentes terminaram seus mandatos?

Em um dos grandes clássicos de nossa literatura, Casa grande e senzala, de Buarque de Holanda  já denunciava que a democracia entre nós, sempre foi um mal-entendido, e que, os movimentos aparentemente reformadores no Brasil partiram, quase sempre, de cima para baixo, quase sempre de surpresa, quase sempre frutos de armações. O povo recebeu-os com displicência ou hostilidade. Não emanavam de uma maturidade plena do povo que ficou displicente a tudo (HOLANDA,1963). Uma passividade que pouco se transformou em décadas, ou quem sabe em centenas de anos.

Hoje, apesar de termos uma aparente democracia, ainda convivemos imersos em grandes escândalos, negacionismos, desrespeito às liberdade e minorias. A nossa democracia ainda não amadureceu. 

Anísio Teixeira, um educador defensor da causa, reclamava que o  Estado (...) a sua eficácia consiste em conter e subordinar, sendo, assim, centralizador por essência e que a democracia, como regime do homem para o homem importa em evitar tais organizações monstruosas, aberrantes da dignidade humana, sejam elas, do Estado ou do Trabalho,  ou acrescento, das escolas (TEIXEIRA, 1956).

    Em alguma medida avançamos, mas a pergunta ainda impera nas redes de ensino e nas escolas, por que ocorre ausência de participação da Comunidade Escolar na tomada de decisão pedagógica, administrativa, financeira, e , nas políticas públicas?

Resposta complexa. Algumas indicações de progresso parecem possíveis, tais quais:

* Mobilizar a comunidade o para que seja ativa, informada, consciente;

*Ampliar o direito de participação direta ou indiretamente.

*Compreender que o conflito é legítimo e necessário;

*Buscar conciliar igualdade e liberdade;

*Dar abertura às mudanças sociais; apoiar grêmios, clubes e organizações dentro e fora da escola que trabalhem em prol da coletividade, da igualdade e da construção de cidadão críticos;

*Impulsionar a centralidade das políticas educacionais e dos projetos pedagógicos da escola com a Implementação do processo de participação e de decisão com a implementação de autonomia.

            Por fim, democracia é responsabilidade, direito e dever, de toda comunidade escolar, de todo cidadão! Vamos continuar lutando por ela em todas as nossas escolas.

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

REDES SOCIAS: CONTEXTOS E USO PEDAGÓGICOS


 


REDES SOCIAS: CONTEXTOS E USO PEDAGÓGICO

    Com as grandes mudanças que estão ocorrendo no mundo, estar na era do conhecimento e das transformações digitais, exige de cada um de nós novos olhares em relação as redes sociais e as formas de utilização nos espaços de ensinar e aprender. 




    Este vídeo mostra uma reflexão sobre a temática e foi resultado de uma trabalho apresentado no Programa de Pós Graduação Stricto Senso da Universidade Católica de Brasília - Educação Tecnologia e Comunicação por Marli Dias Ribeiro e Suzane Margarida.



https://www.youtube.com/watch?v=z66-mgyzUWU



quarta-feira, 5 de maio de 2021

LIDERANÇA DEMOCRÁTICA E TRANSFORMADORA NAS ESCOLAS

 

Liderança democrática e transformadora nas escolas


Por Marli Dias Ribeiro 


        

Liderar é motivar pessoas. Como dizia Abraham Lincoln: “A maior habilidade de um líder é desenvolver qualidades extraordinárias em pessoas comuns. ” Um líder pode orientar e estimular pessoas a atingirem resultados importantes e necessários tanto para si como para a instituição ao qual faz parte. Na educação, na escola, não é diferente.

        Os educadores, em docência ou gestão, deverão possuir fortes valores e acreditarem na capacidade de seus alunos. Precisam ser visionários e transformacionais de modo a acreditarem na visão da transformação pedagógica. È importante que se dediquem à nova visão de auxiliarem a institucionalizar um novo processo pedagógico/educacional, comprometendo-se com os resultados alcançados, com a participação e com a democracia. Uma liderança que fortaleça a gestão democrática e a enraíze como cultura escolar é fundamental em espaços de ensino e aprendizagem.

        Cabe ao líder, identificar as formas de liderança, e usá-la de forma intencionada, podendo ser uma estratégia para melhorar o desempenho da escola, tanto para o gestor quanto para os professores. Bons líderes desenvolvem habilidades e competências que podem ou permitem gerar um ambiente de trabalho com produtividade, cooperação e pautado no trabalho coletivo e democrático.

        Por esse motivo é importante conhecer as formas e/ou tipos de liderança existente no ambiente de trabalho escolar para orientar ações dirigidas e integradas ao sucesso coletivo. Os professores líderes precisam entender a importância de suas ações na escola e agir como educadores que promovem mudanças.

        Segundo Jodão (2003), a questão não está somente em como adquirir novos conceitos e habilidades, mas também em como desaprender o que não é mais útil à instituição, e isso envolve ansiedade, atitude defensiva e resistência a mudanças. Talvez seja este, o grande desafio, para uma liderança democrática e transformadora.

        Por fim: 

“Se suas ações inspiram outros a sonhar mais, aprender mais, fazer mais e tornar-se mais, você é um líder.” John Quincy Adams



JORDÃO, Gilberto. Professor, um líder na arte de educar. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHumanSocSci/article/viewFile/2200/1379. Acesso em: 10\11\2020.


quarta-feira, 3 de março de 2021

ANO LETIVO DE 2021: E OS PROFESSORES E GESTORES QUE CONTINUEM CARREGANDO O PIANO, QUE AGORA ESTÁ MAIS PESADO!

 

ANO LETIVO DE 2021: E OS PROFESSORES E GESTORES QUE CONTINUEM CARREGANDO O PIANO, QUE AGORA ESTÁ MAIS PESADO!

Por Marli Dias Ribeiro

 

As aulas estão de volta na rede pública neste nosso Brasil, mesmo que de forma remota. Depois de um ano de grandes desafios e que mostrou a capacidade quase sobre-humana dos professores e gestores escolares, em reorganizarem todo espaço educativo, as aulas, os tempos, os currículos, sem vacinas, e com sobrecarga de trabalho, sem a existência de ações efetivas do poder público e planejamento sólido governamental , o reinício  aflinge o ano letivo de 2021.



Me perguntem, que projetos ou políticas públicas foram organizadas para atender as escolas brasileiras? 

Não recordo e não vejo destaque em uma única.

Acesso a computadores, celulares, internet, ou outros recursos? Mesmo sabendo que o computador seja, hoje, fundamental às escolas e aos estudantes com vistas a atender as metodologias híbridas e remotas que devem romper até o final do ano, quase nada se fez.

A informática talvez seja a área que mais influenciou os recursos tecnológicos do século passado, e isto se deve ao avanço tecnológico na transmissão de dados e às novas facilidades de comunicação. Existe informática em quase tudo e em quase todos os produtos. É muito difícil pensar em mudanças sem que, em alguma parte do processo, a informática não esteja envolvida (ARAÚJO, 2017).

Milhões de estudantes continuarão sem acesso aos avanços, sem acesso a uma educação que chegue com efetividade a seus lares. Estão e continuarão no mapa da exclusão digital, social e econômica.

Por outro lado, cabe destacar que inclusão digital é muito mais do que modismo, é realmente melhorar as condições das comunidades mais pobres com a ajuda da tecnologia. Incluir digitalmente não é apenas alfabetizar a pessoa em informática, mas também, melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores (ARAÚJO, 2017).

Infelizmente o abismo entre qualidade e acesso tende a se ampliar na educação. 

Sinto que teremos mais um ano de muito trabalho, muitos improvisos e desculpas esfarrapadas das Redes de Ensino. 

E os professores e gestores que continuem carregando o velho e desafinado piano, agora, ainda mais pesado e sem conexão de internet!

 

ARAÚJO, Marco Antônio Pereira. A Inclusão Digital como Estratégia para Resgate da Cidadania e Diminuição da Exclusão Social e Econômica. Revista Interdisciplinar de Direito, [S.l.], v. 6, n. 1, ago. 2017. ISSN 2447-4290. Disponível em: <http://revistas.faa.edu.br/index.php/FDV/article/view/50>. Acesso em: 03 mar. 2021.

Imagem: Pixabay

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Dica de leitura- A gestão escolar e a gestão da sala de aula: desafios e possibilidades a partir da BNCC

            

A gestão escolar e a gestão da sala de aula: desafios e possibilidades a partir da BNCC



Marli Dias Ribeiro


             Com o advento da nova Base Nacional Comum Curricular, pensar em gestão escolar e em gestão da sala de aula quanto a seus aspectos pedagógicos se mostra uma questão relevante, sobretudo ao enfatizá-las como elementos que podem direcionar a escola às dinâmicas intrínsecas aos processos de ensino e aprendizagem.

         As relações estabelecidas em sala de aula, a organização do espaço da sala, os planejamentos realizados pelo docente são questões interligadas aos processos da gestão escolar e importantes fatores para que as aprendizagens se concretizem.

            Para Tardif (2002), ao entrar na sala de aula, o professor coloca-se diante de seus alunos, criando condições e esforçando-se para estabelecer relações, interações, saberes. Essa atividade docente rotineira atravessa o espaço de sala de aula, perpassa outros espaços da escola, revela valores, orienta relação com a turma e com outros pares, apresenta-se em toda a escola, e a gestão escolar agrega esse conjunto de relações. Assim, a gestão escolar e a gestão de sala de aula são indissociáveis quando a aprendizagem do estudante é colocada em questão.

    Ao considerarmos o currículo como norteador da gestão, este artigo toma como referência o que traz a BNCC, mostrando que: as competências e diretrizes são comuns, os currículos são diversos. O segundo se refere ao foco do currículo. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências, a LDB orienta a definição das aprendizagens essenciais, e não apenas dos conteúdos mínimos a serem ensinados (BRASIL, 2018, p. 11).

    Para esperançar é sempre indispensável refletir  a gestão da sala de aula e a gestão da escolar como  essenciais quando o enfoque perpassa uma educação que inclua e que seja de qualidade. Pouco se tem debatido sobre este entrelaçamento tão importante  para a BNCC e   para os currículos. 



O artigo completo pode ser lido em: http://revistas.anec.org.br/index.php/revistaeducacao/article/view/272

REVISTA ANEC



    

SOBRE PESADELOS E SONHOS

  SOBRE PESADELOS E SONHOS Marli Dias Ribeiro  S onhos... Penso ser mais agradável iniciar pelos pesadelos, pois prefiro encerrar a escrita ...

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