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sexta-feira, 1 de junho de 2018

VIOLÊNCIA NA ESCOLA: PRECISAMOS APRENDER A SUPERAR


VIOLÊNCIA NA ESCOLA: a violência está presente, escondê-la é negar a chance de construir novos horizontes.

Por Marli Dias Ribeiro


São múltiplas as situações de violência nas escolas e em variados casos estão associadas a um conjunto de fatores. A violência não deve ser subestimada, pois apesar de em muitos casos ela não ser debatida pode gerar o fracasso escolar, a indisciplina, e a negação do sujeito.Algumas escolas vinculam a situação da violência usando a culpabilização, o jogo de empurra e de inércia, as falsas soluções, a exemplo dos castigos corporais, humilhações públicas, entre outros, o que pode aumentar o problema.

É fato que as violências estão presentes na escola, na rua, na comunidade, nas redes sociais em situação que apresenta a escola ora como vítima, ora autora, por vezes  passiva nos atos de violência, por isso,  precisamos levar para a prática o que as pesquisas nos mostram não como respostas, porém, como novas perguntas e ações.

Penso que o desafio passa por  aprender, sobreviver,   viver, e arriscar-se a conviver. Quais seriam os caminhos, as possibilidades para procurar romper as relações de violência na escola sabendo que ela está inserida em um contexto social, cultural e histórico?

Não existe solução pronta, Vasconcelos (2017) em sua pesquisa, sugere possibilidades  que envolvem ações que permeiam o currículo, a gestão, as interações com os alunos e a comunidade. Dentro dessas dimensões um trabalho de escuta, reflexão e ações concretas podem apontar novos indicadores de ações.

As possibilidades passam por compreender que a escola e a sala de aula, são microssistemas e se associam ao projeto curricular, à administração escolar, e finalmente, a sociedade/valores/cultura global, como um macrossistema (PESCADOR; DOMÍNGUEZ, 2001). Não existe ação isolada para diminuir a violência pois ela engloba relações que perpassam toda a instituição.

Então, quais ações poderiam eliminar ou amenizar o problema? Das variadas estratégias adotadas é importante sempre a escuta às vítimas. Também em muitas escolas a aproximação entre pais e comunidade educativa abrem novas janelas, ainda é necessário considerar o fim da punição, o fim da culpabilização do outro, investir em Projetos escolares contextualizados, democráticos e participativos, apoiar-se na pedagogia crítico-reflexiva.

A violência está presente, escondê-la é negar a chance de construir novos horizontes. Caminhemos sempre porque para além dos limites, há o inédito viável (Paulo Freire). Que exista esperança para aprendermos a sobreviver, conviver e viver na escola, e, superar a violência. 

Para saber mais:
 VASCONCELOS, Ivar Cesar Oliveira de. Aprender a conviver sem violência: o que dá e o que não dá certo. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro. 2017.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.


PESCADOR, J. E. P.; DOMÍNGUEZ, M. R. F. Violencia escolar, un punto de vista global. Revista Interuniversitaria de Formación del Profesorado, n. 41, p. 19-38, 2001.  Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/articulo? Código=118100. Acesso em:  20 maio 2018.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

INTERVENÇÃO, SÓ SE FOR NA EDUCAÇÃO!




INTERVENÇÃO, SÓ SE FOR NA EDUCAÇÃO!


Por Marli Dias Ribeiro




Muitos concordam que a segurança pública no Brasil passa por uma crise grave e alarmante. Se a educação fosse prioridade, o Ministério da Justiça estaria com poucos problemas. Projetos de diversos governos se mostraram ineficientes ao longo de décadas na pasta da segurança pública. Na TV, nos jornais e revistas as páginas policiais aparecem pintadas de vermelho, um vermelho de sangue das vítimas, ou um preto que reflete o luto das famílias. Você acredita que uma intervenção pode resolver de forma pontual uma violência construída por anos de descaso na educação, abandono das escolas, dos professores? E se todo o esforço interventivo fosse direcionado às crianças, aos jovens, à escola?  

Afundado em uma impopularidade alta o Presidente Temer decretou a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro. De forma excepcional, a Constituição de 1988, artigo 84, aponta essa atribuição que foi aprovada pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, numa noitada de debates. Foi rápido, bateram o martelo e o Rio de Janeiro está até 31 de dezembro de 2018 sobre intervenção. Quanta agilidade!  

A crítica, os especialistas, alertam que o impacto da intervenção na violência será paliativo. Sem medidas sociais que combatem o desemprego, que assegurem a educação das crianças, o serviço social e de apoio aos jovens dependentes químicos, e outras,  nada será resolvido. Acrescenta-se ainda a ausência de planejamento, de metas e organização do projeto apresentado.

Ações de inteligência que combatam o crime organizado e as grandes quadrilhas de tráfico, grandes investimentos na formação de policiais são fundamentais. Construir escolas e creches é urgente. Educar será sempre melhor que matar.  

As comunidades podem ter uma falsa sensação de segurança, os marginais podem apenas deslocarem-se de Estado, mas ao fim dos projetos voltarão as favelas para recrutar os jovens carentes se a situação de abandono social e educacional for a mesma de hoje. Os menos favorecidos, os marginalizados, os afrodescendentes são as primeiras vítimas. A intervenção do Estado deve começar na educação, na prevenção, no acesso à cultura, ao emprego. Intervenção sim, mas na escola. Agilidade sim, mas se forem para liberar verbas públicas ao Ensino Integral, construir muitas creches, bibliotecas, oferecer formação e apoio as famílias em situação de risco.

Intervenção sim, para oferecer possibilidades e oportunidades para que nossos estudantes fiquem na escola e digam não as drogas, ao dinheiro do tráfico, e não sejam soldados do crime. Os custos desse decreto, somente seriam justificados se fossem utilizados em ações educativas e sociais. É muita incompetência pensar numa ação isolada para resolver uma questão tão complexa. 
Por fim, como disse Darcy Ribeiro (1922-1997),  em uma conferência em 1982,  “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”.  Assim, vamos  lutar por uma intervenção, porém educativa.  

Imagem: https://br.noticias.yahoo.com/ninguem-fala-quem-sao-os-verdadeiros-alvos-dessa-intervencao-militar-202250389.html

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