segunda-feira, 29 de julho de 2019

Técnicas de aprendizagem: Um CURIOSO TOP 8



Técnicas de aprendizagem

Um CURIOSO TOP 8



              Dados de uma pesquisa da Revista Científica Psychological Science in the Public Interest, realizada em 2013, mostraram técnicas comuns de aprendizagem e seus resultados para os estudantes. Cabe ressaltar que o estudo apenas indica as principais formas de aprender e que a aprendizagem adquire ritmos e formas diferentes, para grupos de sujeitos em determinados contextos, assim, todas as formas de estudo são válidas e podem existir variações. Mas, nada impede que façamos um TOP 8 com esses dados:



1) Prática distribuída (alta eficiência) A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só. Pesquisas mostram que o tempo ótimo das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia. A prática também pode ser interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.


2) Teste prático (alta eficiência). Simular é o melhor caminho. Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas. Recomendação é fazer toneladas de exercícios sobre o que está estudando, variadas formas e tipos de questão. Praticar é tudo.

3) Estudo intercalado (eficiência moderada) O estudo intercalado é o que chamamos de rotação de matérias. A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdo de uma maneira mais aleatória. Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas). O principal benefício da intercalação é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.

4) Auto explicação (eficiência moderada) A auto explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo. O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.

5) Interrogação elaborativa (eficiência moderada) A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros. O estudante deve concentrar-se em perguntas do tipo “Por quê? ”, em vez de “O quê? ”.Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando suas origens.

6) Resumos (eficiência baixa). Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem. Porém, o estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas. Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos.

7) Visualização (eficiência baixa). Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação à memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva. Surpreendentemente, a transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação. Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais para estudos, já que esses consistem além de desenho uma conexão de ideias e conceitos. De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica tão efetiva para provas que exijam conhecimentos interpretativos de textos.

8) Mnemônicos (eficiência baixa). Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória; que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização; fácil de ser lembrado. Porém, apenas repetir e repetir, não tem muita vantagem. Memorização e decorebas, repetições decoradas, nem sempre funcionam.

Enfim, identificar o que melhor se adapta para cada sujeito, usar alternativas variadas pode ajudar...
Bons aprendizados para todos!


Fonte: Revista Científica Psychological Science in the Public Interest,


quarta-feira, 3 de julho de 2019

O EFEITO GESTÃO ESCOLAR E OS RESULTADOS DA ESCOLA



O EFEITO GESTÃO ESCOLAR

E OS RESULTADOS DOS ESTUDANTES E DA ESCOLA

Marli Dias Ribeiro





O efeito gestão é um tema pouco debatido no Brasil. Temas como a formação de gestores, seu estilo de liderança, suas competências para o cargo ainda parecem ser tabus, porém, são impactantes nos resultados escolares. Cabe destacar que pelo mundo, as pesquisas internacionais têm mostrado que os principais responsáveis pelo desempenho dos estudantes são o professor, seguida a liderança efetiva do diretor escolar (gestor). Entretanto, dados do questionário da Prova Brasil (2015), revelam que quando perguntados sobre quem eram os responsáveis pelas notas baixas na Prova Brasil de suas escolas, os diretores responderam: o governo (48%), a comunidade (16%), o professor (13%), aluno (9%) e escola (7%). O diretor aparece em 6º lugar.
Ainda sobre a questão da atuação do diretor  Leithwood et al. (2004) afirmam que cerca de 25% dos efeitos totais da escola estão relacionados com os efeitos diretos e indiretos relativos à liderança do diretor. Existe uma percepção diminuída dos diretores brasileiros, e do impacto quanto à importância da liderança nos resultados de seus estudantes. Grande parte dos diretores não associam sua atuação ao impacto nas aprendizagens (Pinto 2016).
Segundo Libânio (2004, p. 27): muitos dirigentes escolares direcionam suas práticas excessivamente as ações burocráticas, conservadoras, autoritárias, centralizadoras. Embora, hoje sejam disseminadas práticas de gestão participativa, liderança participativa, atitudes flexíveis e compromisso, como  ações primordiais e necessárias para uma educação de qualidade. O autor aponta algumas atribuições ao diretor de uma instituição: supervisionar atividades administrativas e pedagógicas, promover a integração entre escola e comunidade; conhecer a legislação educacional, buscar meios que favoreçam sua equipe, liderar o grupo, dentre outras.
De fato, pouco se tem discutido, investigado  e investido na formação de líderes escolares no Brasil. Precisamos romper com a inércia e seguir o que indica quase todos os estudos de eficácia escolar, quando mostram a liderança como fator-chave, tanto na escola primária ( Ensino Fundamental), quanto na secundária ( Ensino Médio). A exemplo, Ana Cristina Prado de Oliveira e Cinthia Paes de Carvalho dizem que “a importância da liderança dos diretores é uma das mensagens mais claras da pesquisa em eficácia escolar”. [...] o estudo da literatura revela que três características foram encontradas frequentemente associadas à liderança de sucesso: propósito forte, envolvimento de outros funcionários no processo decisório,  autoridade profissional nos processos de ensino e aprendizagem.
O efeito gestão escolar continua sendo ignorado...sem gestão escolar  eficiente, sem formação, e acesso de gestores qualificados às escolas, dificilmente, teremos resultados para uma educação de qualidade, que nossos estudantes, certamente, merecem.
Então amigo educador...Que impactos a gestão de sua escola vem indicando? 

Fontes:
LIBANEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5 ed. Goiânia Alternativa, 2004.
PINTO, Vera Regina Ramos. Uma avaliação da liderança do diretor de escola a partir de microdados da Prova Brasil. 2016. Tese de Doutorado.
LEITHWOOD, K. A., & Riehl, C. (2004). What we know about successful school leadership. Philadelphia, PA: Laboratory for Student Success, Temple University.
A Revista Brasileira de Educação (RBE), ”Gestão escolar, liderança do diretor e resultados educacionais no Brasil". Ana Cristina Prado de Oliveira (UNIRIO) e Cynthia Paes de Carvalho (PUC-RJ). Grupo de Pesquisa Gestão e Qualidade da Educação – GESQ na PUC-Rio.

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