terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Democracia e Escrita Feminina: Trecho de fala no Evento Mulherio das Letras Portugal


O Mulherio das Letras Portugal é um coletivo feminino, espontâneo e independente, vinculado ao movimento Mulherio das Letras Nacional - Brasil, mas de carácter autônomo e colaborativo. Começou em março de 2018, coordenado por Adriana Mayrinck (In-Finita) em Lisboa e reúne autoras que escrevem em língua portuguesa, nascidas, residentes ou que visitam Portugal para divulgar a literatura e a cultura lusófona.


Para saber mais: https://mulherioportugal.blogspot.com/


terça-feira, 13 de outubro de 2020

E VOCÊ, TEM DIALOGADO OU APENAS SE COMUNICADO COM SEUS PARES?

 

E você, tem dialogado ou apenas se comunicado com seus pares?

Marli Dias Ribeiro




 Dialogar tem sido uma tarefa desafiadora nos tempos pós-modernos. Vivemos imersos em excessos de informações e afazeres em casa, na escola, sobrecargas. A comunicação na atualidade se caracteriza por ser rápida, volátil, e porque não dizer, silenciosa e excludente, onde isola,  de certa forma, os interlocutores frente a suas telas minúsculas e digitais.

As formas de comunicação nem sempre estão estabelecidas por meio do efetivo diálogo. Nas relações sociais o tipo de conhecimento, as habilidades de que as pessoas precisam distribuem-se e circulam de forma dispersa entre múltiplos circuitos, instrumentos e recursos de informação e interação, e por vezes, a fala, a escuta, o diálogo são esquecidos.

Nesta perspectiva o diálogo, se apresenta e se realiza basicamente sob a forma digital, distante, seja quando teclamos ininterruptamente por meio do uso de celulares, e-mails, seja utilizando outros recursos tecnológicos para a realização da comunicação e, não é incomum, observarmos que as relações pessoais são afetadas com esta prática em todas as esferas sociais. Nas instituições educativas seus reflexos também são evidenciados por ser a escola lugar de intensa convivência social.   

Gerir e liderar essa interação é um grande desafio.  Síveres (2015, p. 25 afirma que: “A vida humana constitui-se não apenas na predominância das condições econômicas, políticas ou sociais, mas pode ser complementada pela dimensão relacional com base no pressuposto dialogal”. O diálogo precisa nortear cada passo das ações planejadas na escola.

O diálogo acontece independentemente de quais sejam as realidades de seus interlocutores, pois há uma continuidade de expressões e informações que nos sãos enviados sob as diversas formas da comunicação como, por exemplo: fala, escrita, desenho, dança entre outros e, independem das condições sociais e culturais destes indivíduos.

Pensar o diálogo como elemento norteador de práticas educativas e sobretudo da gestão da escola, pode nos indicar possibilidades de ação, reflexão e novas construções nas comunidades escolares. Refletir na gestão como espaço de não adesão da racionalidade instrumental e um mundo sem sentido onde a ação existe para servir à ininterrupta eficácia e a falta de sentido, perceber que a ação e o gera procedimento do gestor agregador de sentido.

Gaulejac (2007), faz referência à gestão e a associa ao diálogo. Ela apresenta-se como possibilidade de mudança, também, como autocuidado com a saúde física e psíquica, apresentam-se, então, como solução para um problema que a própria atividade de gestão. O diálogo talvez seja a mais expressiva forma de democratizar as relações humanas. E você, tem dialogado ou apenas se comunicado com seus pares?

 Texto baseado no artigo: O sentido do diálogo na prática de gestão: inquietações e mudanças representativas numa escola pública. Autoras: Marli Dias Ribeiro e Maria do Socorro da Silva de Jesus. Acesso em: https://socialeducation.files.wordpress.com/2019/12/livro_dic381logo-uma-perspectiva-educacional_web.pdf

sábado, 18 de julho de 2020

FOTOGRAFIAS E VÍDEOS NA EDUCAÇÃO REMOTA: Informações e dicas imperdíveis


FOTOGRAFIAS E VÍDEOS NA EDUCAÇÃO REMOTA

Informações e dicas imperdíveis

Marli Dias Ribeiro



Imagem: arquivo pessoal gravação de tele aula TV Justiça


Diante do cenário em que educadores e estudantes estão reorganizando seus tempos, ritmos e modos de aprender, tendo em vista o distanciamento social imposto pela COVID 19, falar sobre mídias na aprendizagem, imagens ( fotografias),  vídeos, pode contribuir para o momento atual de educação remota. 

De modo geral, estamos mergulhados em espaços midiáticos. Dados do site Business insider, em 2013, todos os dias são publicadas mais de  350 milhões de fotos na rede social Facebook. Os Pesquisadores  Jenkins apud Knobel e Lankshear (2010) indicam que : Os educandos fazerem vídeos, em vez de relatórios escritos, pode mudar os mecanismos de aprendizagem, mas não vai alterar a relação hierárquica e pré-estruturada entre professores e educandos ( CENPEC). Essa mudança está vinculada ao modo como os educadores mediam as prática pedagógicas. 

Ferramentas tecnológicas podem ser úteis, se baseadas em práticas dialogadas, participativas, e democráticas. A aprendizagem é um processo que envolve diferentes mecanismos mentais e pode ser motivada por  imagens, com fotografias, vídeos, se usados para    engajar  de forma participativa a comunidade.

Não é de hoje que as fotografias são usadas na educação. O grande educador Paulo Freire, já utilizava imagens ou fotos da própria comunidade, para estimular e promover de forma participativa as interações em suas aulas. A partir de fotos tiradas pelos alunos ele abria espaços de diálogo e de crítica a realidade local. Cada foto da família, da casa do cotidiano, era tema gerador de longos debates. A exemplo, em 1973, em Lima, no Peru, Paulo Freire (e seus colegas) fazia perguntas em espanhol às pessoas. As respostas eram compartilhadas por meio de fotografias. E quem nos dias de hoje nunca fez uma Self ?

Por outro lado, Merchant (2010) apud CENPEC, sugere cinco áreas em que o processo, o uso e compartilhamento de fotos digitais desempenha um papel distinto na aprendizagem.

  • APRENDER POR MEIO DA VISÃO

Vislumbrar e apreciar imagens, quadros, fotografias estimulando a percepção das formas, cores, linhas, traços, tamanhos, tipos. Fazer comparações, descrever, interpretar, dizer o que sente. São infinitas possibilidades a partir do olhar que cada sujeito pode dar a imagem.

  • APRENDER POR MEIO DA REFLEXÃO

O aprendizado por meio da reflexão enfatiza os conteúdos do que é fotografado, isso indica usar as imagens para estimular reflexões. Por exemplo, há projetos pedagógicos que pedem às crianças que pensem sobre a poluição tirando fotos de rios em áreas urbanas. Essas imagens incentivam a pesquisa e o conhecimento das formas de poluição e suas implicações para a vida do rio. As imagens postadas na internet podem ser comentadas pelos educandos, levando a discussões sobre os possíveis resultados de cada poluente ou formas de eliminá-los, por exemplo.

  • APRENDER SOBRE A IMAGEM

A ideia de aprender sobre a imagem é realizar as articulações interdisciplinares. Explorar a linguagem fotográfica, por meio de análises e produções dos educandos. Usar vários conteúdos e relacionar outras áreas do saber. Classificar por temas, conteúdos, lugares, linguagens. Instigar a criação de relações entre as figuras em contextos diferenciados. Exemplo: Imagem de diferentes tipos de vegetação e animais que podem fazer parte destes habitats.

  • APRENDER SOBRE AS MULTIMODALIDADES

Aprender sobre a multimodalidade remete ao estudo de como diferentes formas comunicativas produzem sentido em conjunto. Usa formar variadas de textos e imagens como de anúncios publicitários com fotos, podem evidenciar esse ponto, ajudando a desenvolver um olhar mais crítico sobre a mídia. Relacionar fotos e vídeos sobre temas comuns e suas interpretações.

  • APRENDER POR MEIO DA INTERNET

Aprender sobre a Web e os sites de compartilhamento, discutindo entre si e com o educador aspectos que envolvem essa prática, como a questão da privacidade, ou a utilização de licenças para as imagens, perigos da rede  e outras questões relacionadas reforçam as aprendizagens. A WEB é uma janela ampla de informações que se bem utilizadas intensificam formas variadas de comunicação. 

                Enfim, que essas dicas possam contribuir para  estimular e enriquecer a participação de nossos estudantes usando imagens das mais variadas fontes, de forma ética e construtiva,  e claro, promover a reflexão, a crítica nos tempos em que vivemos. 

                          Bom trabalho a todos, e cuidem-se.

Fonte: CENPEC- Curso : Comunicação digital-  https://www.cenpec.org.br/cursos









domingo, 24 de maio de 2020

A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO: precisamos refletir a complexidade humana!




 A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO: precisamos refletir a complexidade humana em tempos de COVID 19!

Marli Dias Ribeiro 




 Pensar em tecnologia, segundo Morin (2003), passa por atentar-se ao fato de que com a tecnologia, precisamos refletir sobre os modos de manipulação novos e muito sutis, pelos quais, a manipulação exercida sobre as coisas implica a subjugação dos homens pelas técnicas de manipulação (...) o homem é manipulado pela máquina e para ela (MORIN, 2010, p, 109). Isolar o homem à questão tecnológica é limitá-lo, educar apenas a partir de tecnologia é limitar o estudante, pois, segundo o autor, a tecnologização é um processo limitado e limitante, que pode inibir situações de mudanças e criações, processos importantes e necessários em toda sociedade, e na escola.
Esse paradoxo deve nos levar a ponderar que:  “A ciência começa e termina com problemas, e seu método consiste na escolha de problemas interessantes e na crítica de nossas permanentes tentativas experimentais e provisórias de solucioná-los (Popper).
Morin (2003) mostra em seus escritos que a técnica que é produzida pelas ciências transforma a sociedade, e a sociedade tecnologizada, retroativamente, transforma a ciência. Esse movimento, esse processo, inter-retroativo perpassa a ciência, o Estado e atravessa as relações na sociedade, e certamente, nossas escolas.
Nesse circuito, o Estado desempenha um papel ativo, de acordo com seus interesses econômicos, promove programas, e subvenções. Assim, a instituição científica suporta as coações tecnoburocráticas estatais, de grandes aparelhos econômicos, mas estes órgãos, não são guiados pelo espírito científico, eles apenas utilizam os poderes que a investigação científica lhes dá, e muitas vezes, sem uma crítica real da conjuntura social (MORIN, 2003).
O papel da ciência e as questões éticas que envolvem o conhecimento científico e sua regulação, reforçam questionamentos inerentes a vida em sociedade e as articulações que chegam nos espaços educativos. Se a sociedade está tecnologizada, mergulhada em máquinas, espaços virtuais, redes, se essa estrutura sofrer um colapso, entraremos em colapso automaticamente? A vida hoje é dependente ou aliada da questão tecnológica? Sobreviremos? Nos reinventaremos?
 Morin (2003) reverbera sobre o grande desafio do ponto de vista do conhecimento, do aprender, do ensinar, sobre a importância de isolarmos a noção de tecnologia e suas relações com a sociedade, com a técnica, com o Estado, e esquecemos das consequências desse processo. Sem a crítica, sem reflexão, estamos fadados à cegueira. Parece pertinente observar que:

A ciência, segundo Morin (2003, p.53), “[...] tem quatro pernas independentes entre si: empirismo e racionalismo, imaginação e verificação”. O progresso da ciência ocorreu em função da dialógica complexa permanente, complementar e antagonista entre suas quatro pernas. Morin diz que “no dia em que andar sobre duas pernas, ou tiver uma perna só, a ciência desabará (Ibid., p.190).

Desta forma, o grande dilema, aplica-se ao fato de que podemos estar usando a tecnologia em todos os nossos esquemas de trabalho, de vida social, de concepção de homem, adotando um o predomínio técnico na formação do cidadão, entretanto, não seguimos enquanto pessoas, a lógica matemática de máquinas artificiais, não somos programados linearmente. Somos seres complexos, ecológicos, espirituais, integrados.  
A complexidade, a desordem, os conflitos e os processos humanos não são compreendidos na singularidade de códigos digitais. Ressalta-se a necessidade de se repensar os contextos entre tecnologia e sociedade, nos questionarmos sobre o conhecimento e suas relações tecnológicas, a caminhar com cuidado e ética na análise epistêmica sobre os rumos de uma sociedade tecnologizada. Como explica Morin (2003), talvez já possamos, ou não tenhamos, condições de separar o conceito tecnologia do conceito de  ciência.
Por fim, não somos binários, numericamente programados, em zeros e uns. Somos humanamente, gente! Somos capazes:  “ de lutar com palavras, em vez de lutar com armas, isso,  se constitui o fundamento da nossa civilização (Karl Popper).

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez, 2003.





sábado, 11 de abril de 2020

OS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE COVID 19





 EDUCAÇÃO
EM TEMPOS DE COVID 19: Desafios e reflexões 



Por Marli Dias Ribeiro




Grandes calamidades, guerras, momentos de caos são situações de impacto, mas que podem promover grandes reflexões. Nunca a educação se viu nesses mais de 500 anos, tão desafiada a dar repostas rápidas! Em educação ouvimos que tudo leva muito tempo...O problema é que agora não temos esse longo tempo.

Se por um lado, as redes privadas de ensino, as universidades conseguem alcançar mais de 90% de seus estudantes, as redes públicas, que atendem mais de 80% das crianças e jovens, ainda não tem tecnologia acessível em metade das escolas de ensino fundamental do país. Apenas 46,8% das escolas de ensino fundamental dispõem de laboratório de informática; 65,6% das escolas têm acesso à internet; em apenas 53,5% das escolas a internet é por banda larga (Censo Escolar 2017-MEC).
As estruturas de ensino a distância que usamos hoje, não chegam com efetividade pedagógica na educação infantil e no ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, pois os estudantes podem não possuir autonomia para realizarem as atividades sozinhos, e necessitam de acompanhamento, tutoria ou ajuda da família.
Ainda, a Educação Básica brasileira, no que tange ao Ensino Fundamental, não prevê a modalidade de Educação a Distância. Nenhuma legislação, tais quais a Constituição Federal de 1988; a Lei Nº 9.394 de 1996 – Lei das Diretrizes e Bases; Plano Nacional de Educação – PNE, as Diretrizes Pedagógicas da Educação à Distância cujo Decreto N. º 2.494, de 10 de fevereiro de 1988 regulamentam a adoção para crianças e jovens da EAD. Um paradoxo da rede pública que não acompanha a sociedade do conhecimento e da tecnologia, nem mesmo nas legislações. A nova BNCC, traz algum avanço, mas a materialização ainda está a passos vagarosos.
Atender com qualidade nossos estudantes não se restringe, simplesmente, a ampliar o contexto de educação a distância. O fato é que essa crise deve nos ensinar a criar e organizar novas condições de aprendizagem, alfabetizar nossas crianças, investir em condições de infraestrutura nas escolas, ao menos, como ação preventiva para calamidades futuras!
O Coronavírus está nos mostrando, que em educação, não existem invenções mirabolantes. Não resolverá encher as caixas de e-mails dos pais, enviar listas de atividades desregradas. Cultura de acompanhamento pedagógico, famílias e estudantes leitores, não aparecem em um passe de mágica, mas dependem de políticas públicas e investimentos em educação a longo prazo.

Talvez, essa complexa realidade, nos ensine que a escola é importante, o professor é importante. Que a escola, é casa,é aconchego, é sobrevivência para muitos. Que a educação ultrapassa os muros da escola, que educadores bem formados, são essenciais para o país, que cada educador todos os dias, atende todas as vulnerabilidades sociais, os jovens e as crianças invisíveis da virologia da exclusão social. Por fim, educação é vida, a escola é vida, ela é mais que listas de tarefas, e de plataformas. Esperamos novos aprendizados para enfrentarmos essa trajetória sem reforçar as grandes desigualdades de nosso país. Que a nova pandemia seja a da educação e que não nos falte muita coragem.


domingo, 15 de março de 2020

INDICADORES NA EDUCAÇÃO ASPECTOS IMPORTANTES A SABER


INDICADORES NA EDUCAÇÃO
ALGUNS ASPECTOS IMPORTANTES A SABER


Os indicadores educacionais atribuem valor estatístico à qualidade do ensino, atendo-se não somente ao desempenho dos alunos, mas também ao contexto econômico e social em que as escolas estão inseridas. Eles são úteis principalmente para o monitoramento dos sistemas educacionais, considerando o acesso, a permanência e a aprendizagem de todos os alunos. Dessa forma, contribuem para a criação de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade da educação e dos serviços oferecidos à sociedade pela escola ( MEC/INEP)


            O uso de indicadores é assunto pouco debatido entre educadores . Entretanto, ele é uma constante no planejamento de políticas públicas para a educação. Seu conceito envolve bases importantes para as decisões que afetam o cotidiano escolar, sendo relevante conhecer os aspectos principais  sobre o seu uso, as suas finalidades, e que eles  podem  para facilitar as ações de acompanhamento de projetos, programas, e  tomadas de decisões na educação. 

     O indicador mais conhecido na área educacional é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica- IDEB. O IDEB  ao longo de dez anos tem se consolidado como base no planejamento educacional.  Mas o que dizem os especialistas sobre um indicador?  Segundo Ferreira, Cassiolato e Gonzales (2009),


O indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente sobre a evolução do aspecto/fato, observado (Ferreira, Cassiolato e Gonzales , 2009).


         Para Rua (2004), indicadores são medidas que expressam ou quantificam um insumo, um resultado, uma característica ou o desempenho de um processo, serviço, produto ou organização. Magalhães (2004)  define indicadores  como  abstrações ou parâmetros representativos, concisos, fáceis de interpretar e de serem obtidos, usados para ilustrar as características principais de determinado objeto de análise. Esses autores corrobam com o fato de que os indicadores auxiliam de forma objetiva a evolução de um fato ou objeto de análise.

         Por outro lado, para Rua (2004), Jannuzzi (2005) e Ferreira, Cassiolato e Gonzalez (2009), apontam que existem propriedades dos indicadores ditas essenciais, ou seja, aquelas que qualquer indicador deve apresentar e devem ser consideradas como critérios de escolha, independente da fase do ciclo de gestão em que se encontra a política sob análise (Planejamento, Execução, Avaliação etc.). Essas propriedades são:

Utilidade: Deve suportar decisões, sejam no nível operacional, tático ou estratégico. Os indicadores devem, portanto, basear-se nas necessidades dos decisores;
Validade: capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a realidade que se deseja medir e modificar. Um indicador deve ser significante ao que está sendo medido e manter essa significância ao longo do tempo;
Confiabilidade: indicadores devem ter origem em fontes confiáveis, que utilizem metodologias reconhecidas e transparentes de coleta, processamento e divulgação;
Disponibilidade: os dados básicos para seu cômputo devem ser de fácil obtenção.

         Jannuzzi (2005), acrescenta que os indicadores podem ser divididos em grupos de acordo com sua posição no planejamento:

Insumo (antes): são indicadores que têm relação direta com os recursos a serem alocados, ou seja, com a disponibilidade dos recursos humanos, materiais, financeiros e outros a serem utilizados pelas ações de governo. São exemplos médicos/mil habitantes e gasto per capita com educação;

Processo (durante): são medidas que traduzem o esforço empreendido na obtenção dos resultados, ou seja, medem o nível de utilização dos insumos alocados como, por exemplo, o percentual de atendimento de um público-alvo e o percentual de liberação dos recursos financeiros;

Produto (depois): medem o alcance das metas físicas . São medidas que expressam as entregas de produtos ou serviços ao público-alvo. São exemplos o percentual de quilômetros de estrada entregues, de armazéns construídos e de crianças vacinadas em relação às metas estabelecidas;

Resultado (depois): essas medidas expressam, direta ou indiretamente, os benefícios no público-alvo decorrentes das ações empreendidas no contexto de uma dada política e têm particular importância no contexto de gestão pública orientada a resultados. São exemplos as taxas de morbidade (doenças), taxa de reprovação escolar e de homicídios;

Impacto (depois): possuem natureza abrangente e multidimensional, têm relação com a sociedade como um todo e medem os efeitos das estratégias governamentais de médio e longo prazos. Na maioria dos casos estão associados aos objetivos setoriais e de governo (veja Figura 8). São
Exemplos o Índice Gini de distribuição de renda e o PIB per capita.

         Por fim, este texto não esgota o tema. Parece ser indicativo que no campo da educação se conceba indicadores sólidos e que mais debates circundem o assunto. Afinal, quando pensamos em planejar a educação pública é relevante considerar indicadores que busquem melhorar continuamente os programas e projetos desenvolvidos. Construir indicadores com a preocupação de acompanhar efetivamente processos e rotinas que nas tomadas de decisão são válidos e confiáveis, podem contribuir significativamente para garantir resultados robustos à sociedade, e em nosso caso, à educação de qualidade que almejamos para todos os estudantes.


JANNUZZI, P. M. Considerações sobre o uso, mau uso e abuso dos indicadores sociais na formulação e avaliação de políticas públicas municipais. Revista do Serviço Público. Brasília: ENAP, 2005.

LINDBLOM, C. E. Muddling through 1: a ciência da decisão incremental. In: HEIDEMANN, F. G.; SALM, J. F. (Orgs.). Políticas públicas e desenvolvimento: bases epistemológicas e modelos de análise. Brasília: UnB, 2010.

MAGALHÃES, M. T. Q. Metodologia para desenvolvimento de sistemas de indicadores: uma aplicação no planejamento e gestão da política nacional de transportes. (Dissertação Mestrado). Brasília: UnB, 2004.

RUA, M. G. Desmistificando o problema: uma rápida introdução ao estudo dos indicadores. Brasília: ENAP, 2004.

FERREIRA, H.; CASSIOLATO, M.; GONZALEZ, R. Uma experiência de desenvolvimento metodológico para avaliação de programas: o modelo lógico do programa segundo tempo. Texto para discussão 1369. Brasília: IPEA, 2009.
IMAGEM: http://www.deolhonosplanos.org.br/uso-dados-indicadores-planos-educacao/

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

10 DICAS DE COMO ORGANIZAR EVENTOS DE SUCESSO EM SUA ESCOLA





10 DICAS  PARA

ORGANIZAR ENCONTROS

        Marli Dias Ribeiro

Realizar eventos formativos, encontros e diversas atividades na escola exigem uma organização criteriosa. Afinal, queremos oferecer a comunidade sempre o melhor de nossa escola. Por isso,seguem algumas dicas para facilitar essa empreitada...

1. Defina o  conceito do evento ( palestra, oficina, encontro, fórum, roda de conversa, Workshop, etc). Lembre-se, cada evento tem dinâmica diferenciada, escolha com cautela.


2.  Tenha um tema claro. Que temática será abordada ? É relevante? Que problema ela pretende resolver? Existe público específico?

3.      Marque o local. Quando e em que local? A estrutura  deve ser adequada, confortável e ligada ao tipo de evento que será realizado. 
Confirme o  espaço e  a estrutura com antecedência, visite e sinta o espaço.

4.  Defina o que quer alcançar. Qual o objetivo? Seu objetivo deve ser claro e com foco em  meta a ser alcançada. Tenha  em mãos seu plano de ação ou planejamento.
5.   Que público quer atingir? Idade, especificidades, interesses, características. ( Quantos, quem, o espaço comporta?)

6.      Organize os detalhes. Como funcionará?  Indicar uma pauta organizada de cada ação a ser realizada ( acolhida, as atividades, a avaliação, a participação do público). Atente-se ao fato de que atividades sem protagonismo e engajamento da plateia-público  não são interessantes. Sem roteiro detalhado podem ocorrer falhas. Mas lembre-se, imprevistos podem surgir mesmo com o planejamento conferido, então... tenha estratégias coringas!

7.    Convide. Envie oficialmente o convite, comunicado. Ainda é elegante, mesmo em tempos de contatos virtuais receber convites impressos, ligações de confirmação. É um plusss... CONFIRA SEMPRE! Os convidados receberam? 

8.   Reforce a divulgação (branding) do seu evento! Faça as chamadas virtuais,  ou impressas. FALE com seus pares, espalhe a notícia. Busque meios variados de divulgação.

9.     Faça a sensibilização, a formação e repasse o planejamento com seus pares. Organize o grupo de colaboradores/equipe  que irá trabalhar nas  atividades.

10.  Comemore com sua equipe. Depois de organizar com amor, zelo e carinho cada passo do evento, não esqueça de celebrar!  Tenho certeza que será um sucesso. 

E se você tem alguma dica que considera importante, vamos acrescentar, nos escreva,  contribua nos comentários.



SOBRE PESADELOS E SONHOS

  SOBRE PESADELOS E SONHOS Marli Dias Ribeiro  S onhos... Penso ser mais agradável iniciar pelos pesadelos, pois prefiro encerrar a escrita ...

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