domingo, 3 de julho de 2022

REFLEXÕES SOBRE TÉCNICA, TEMPO, EMOÇÃO, SERVIDÃO

 

REFLEXÕES SOBRE TÉCNICA,  TEMPO, EMOÇÃO, SERVIDÃO  


                                                                              Por Marli Dias Ribeiro 


Gosto de reflexões desafiadoras...instigantes e posso dizer, polêmicas...
Milton Santos ( 2002) sempre nos convida à desafios reflexivos. Ele  já nos ensinava que debates inspirados em ideias filosóficas não possuem ideias circunstanciais, por isso, para ele, escrever sobre técnica e tempo, imprime aos escritos a ideia de que não devam ser  atacados pelo envelhecimento. Se a técnica é apurada a descrição e explicação são inseparáveis. Neste sentido, se você escolher um objetivo de fala ou reflexão, falar em objeto sem método é apenas o anúncio de um problema. Quando o autor estuda o espaço e o tempo como objetos os definem como categorias inseparáveis e impregnadas  de técnica e emoção. 


O lugar tem grande importância e não deve ser desconsiderado. Como ponto de partida o espaço é definido como sendo um conjunto indissociável de sistema de objetos e sistemas de ações. Precisamos nos atentar ao fato de que os espaços são sistemas de valores e que os objetos agora são criados para parecerem mais perfeitos que a própria natureza. Mundo globalizado, gente alienada, e a racionalidade de fato é a força do capitalismo.

Neste aspecto, o autor ensina que o lugar é, assim, o ponto do recorte territorial. Não há território sem ação técnica, e não há técnica fora de um território. Daí que a técnica só exista como meio-técnico. O homem por meio da técnica interfere e realiza a diversificação da natureza. Modifica e reconstrói a partir de seus interesses, ou necessidades, ou poder!

Esse movimento se dá numa dialética de trocas de posição constantes sobre a qual a ação humana intervém e cujo resultado é o lugar. Essa lógica nos ensina que a história do espaço coincide e se revela na história da técnica, e a configuração geográfica evolui do espaço singular ao espaço recortado, na fragmentação da horizontalidade e verticalidade do mundo global de hoje. Quem domina o espaço, domina o tempo, o território, as técnicas e as emoções! O poder vincula-se à TÉCNICA, ao  TEMPO, a EMOÇÃO e a SERVIDÃO...É o que penso...  

Ao final, ou o que nos resta, é abrir olhos e ouvidos, parece que estamos em espaços e tempos construídos meticulosamente para que sejamos subjugados a servidão voluntária. Nela, somos cegos, imóveis, comandados em tudo e em nada...em um sistema organicamente formatada para dominar! 

Imagem: pixaby

SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Paradigmas da exclusão social: necessidades humanas na escola


 


Paradigmas da exclusão social

Necessidades humanas na escola

           Marli Dias Ribeiro

 

A fome e alta  no preço dos alimentos são exemplos de exclusão em nosso cotidiano. 

 

  A juventude brasileira quando analisada em seu aspecto social parece marcada pelo estigma da desigualdade social que emerge em formas variadas de situações de risco, pobreza, violência, evasão escolar, e outros, mostrando-se num mal-estar.

 A carência inerente aos variados deságios sofridos em relação às necessidades humanas são objeto de constante pesquisa por parte da Pedagogia Social que considera essas necessidades indispensáveis a formação do sujeito, sejam elas materiais, ou pós-materiais, reflexos das relações sociais.

            As necessidades humanas, e sobretudo, da população jovem, fazem parte de um conjunto complexo de fatores que contribuem na formação da personalidade e sua frustação, em muitos casos, provocam situações de risco, delinquência ou desajuste social.

Enquanto fator importante para compreensão desses problemas os esforços para definir as necessidades humanas são variados. Primeiramente, as perspectivas propuseram-se a encaminhar os debates dentro de abordagens naturalistas, posteriormente cultural e sociológica. Essas concepções permutam-se dependendo dos tempos, espaços, da disciplina enfocada, da análise estabelecida. As conceituações caminham por variantes filosóficas, psicológica, econômica e sociológica.

A educação formal, na escola, ou a não formal, fora da escola, devem estar atentas a esta realidade e considerar estes fatores como determinantes em seus planejamentos. 

Uma escola que não enxerga a realidade e o contexto social do estudante esta fadada ao fracasso em seu processo de inclusão social e em sua missão de formar cidadãos.

 

Referência:

CALIMAN, Geraldo. Paradigmas da exclusão social. Brasília: Editora Universa, UNESCO, 2008.368 p.

 


SOBRE PESADELOS E SONHOS

  SOBRE PESADELOS E SONHOS Marli Dias Ribeiro  S onhos... Penso ser mais agradável iniciar pelos pesadelos, pois prefiro encerrar a escrita ...

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