Resenha Parte 1: A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação
LOURENÇO, M. B. & FILHO, L. R. (org.) A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação.
Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2001.125p.
“ Nenhuma profissão justifica progresso e avanços constantes como a de mestre ” (LORENÇO, 2001, p.114).
Por Marli Dias Ribeiro
O
livro de 125 páginas reuni uma coletânea de nove ensaios publicados na Revista de Educação, de
Piracicaba, São Paulo e na Revista de Estudos Pedagógicos, do Rio de Janeiro no
antigo, Distrito Federal, de 1922 até 1960.
Alguns dos textos são exemplos singulares em experiência de formação de
professores na década de trinta. Eles agregam documentos históricos e
pedagógicos, estudos e práticas de preparação de docentes. Em linguagem
objetiva e com trechos reflexivos tornam Lourenço Filho uma
referência nacional na educação e na gestão escolar.
No
texto: A arte de ensinar, o tema é a vocação. O autor inicia
apresentando ao leitor a ideia de que aprender e ensinar são o alvorecer da
vida humana. A complexidade social encaminhou o pai, o mestre e o sacerdote a
prolongar os costumes de ensinar, seja pela tradição de chefe patriarcal, seja
pelo cunho religioso, fazendo-se assim, do ensino um fundamento da sabedoria.
A escola moderna como função do Estado geraria
segundo o autor, o mestre em seu tipo atual, o professor civil e leigo, homem
ou mulher. A profissão nasceria do poder do pai, ou a serviço da crença. O
professor seria o mestre, um soldado da pátria, ou servidor de Deus, destaca
Lourenço.
Inicialmente
são apresentadas as condições, o surgir, e o lugar do professor. Em seguida, o texto
mostra as condições e dificuldades de se alcançar o elevado valor da missão
educativa.
A figura da professora não
aparece retratada com a de uma simples heroína, o trabalho intelectual, segundo
o autor, tem a fácil ideia de facilidade, o que de fato não é. Por outro lado, questões
econômicas e políticas, definem, ser o professor em essência, uma criatura
ínfima na ordem social. O poder do mestre ultrapassa a questão econômica e se estabelece
não é pela força física, que a porém, pelo fato de que ensinar pode ser dominar.
Nesse
sentido, pergunta-se da existência de uma vocação para o magistério. Ela
existe? A resposta de Lourenço é que não
há uma vocação mística, predisposição orgânica, mas sugere-se que certos
indivíduos com maior ou menor eficácia aderem à profissão por influência
social. Destaca que a tendência de ensinar é comum, todavia a certos tipos que
suportam melhor a profissão, possuem psiquismo que melhor respondem às suas
exigências.
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