quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Resenha: A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação

 

Resenha Parte 1: A formação de professoresda Escola Normal à Escola de Educação

 

LOURENÇO, M. B. & FILHO, L. R. (org.)  A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação. Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2001.125p.

                                                                                       


 “ Nenhuma profissão justifica progresso e avanços constantes como a de mestre ” (LORENÇO, 2001, p.114). 


Por Marli Dias Ribeiro 


            O livro de 125 páginas reuni uma coletânea de nove ensaios   publicados na Revista de Educação, de Piracicaba, São Paulo e na Revista de Estudos Pedagógicos, do Rio de Janeiro no antigo, Distrito Federal, de 1922 até 1960.   Alguns dos textos são exemplos singulares em experiência de formação de professores na década de trinta. Eles agregam documentos históricos e pedagógicos, estudos e práticas de preparação de docentes. Em linguagem objetiva e com trechos reflexivos tornam Lourenço Filho uma referência nacional na educação e na gestão escolar.

            No texto: A arte de ensinar, o tema é a vocação. O autor inicia apresentando ao leitor a ideia de que aprender e ensinar são o alvorecer da vida humana. A complexidade social encaminhou o pai, o mestre e o sacerdote a prolongar os costumes de ensinar, seja pela tradição de chefe patriarcal, seja pelo cunho religioso, fazendo-se assim, do ensino um fundamento da sabedoria.

 A escola moderna como função do Estado geraria segundo o autor, o mestre em seu tipo atual, o professor civil e leigo, homem ou mulher. A profissão nasceria do poder do pai, ou a serviço da crença. O professor seria o mestre, um soldado da pátria, ou servidor de Deus, destaca Lourenço.

            Inicialmente são apresentadas as condições, o surgir, e o lugar do professor. Em seguida, o texto mostra as condições e dificuldades de se alcançar o elevado valor da missão educativa.

A figura da professora não aparece retratada com a de uma simples heroína, o trabalho intelectual, segundo o autor, tem a fácil ideia de facilidade, o que de fato não é. Por outro lado, questões econômicas e políticas, definem, ser o professor em essência, uma criatura ínfima na ordem social. O poder do mestre ultrapassa a questão econômica e se estabelece não é pela força física, que a porém, pelo fato de que ensinar pode ser dominar. 

            Nesse sentido, pergunta-se da existência de uma vocação para o magistério. Ela existe?  A resposta de Lourenço é que não há uma vocação mística, predisposição orgânica, mas sugere-se que certos indivíduos com maior ou menor eficácia aderem à profissão por influência social. Destaca que a tendência de ensinar é comum, todavia a certos tipos que suportam melhor a profissão, possuem psiquismo que melhor respondem às suas exigências.

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