REFLEXÕES SOBRE TÉCNICA, TEMPO, EMOÇÃO, SERVIDÃO
Por Marli Dias Ribeiro
Gosto de reflexões desafiadoras...instigantes e posso dizer, polêmicas...
O
lugar tem grande importância e não deve ser desconsiderado. Como ponto de
partida o espaço é definido como sendo um conjunto indissociável de sistema de
objetos e sistemas de ações. Precisamos nos atentar ao fato de que os espaços
são sistemas de valores e que os objetos agora são criados para parecerem mais
perfeitos que a própria natureza. Mundo globalizado, gente alienada, e a racionalidade
de fato é a força do capitalismo.
Neste
aspecto, o autor ensina que o lugar é, assim, o ponto do recorte territorial. Não
há território sem ação técnica, e não há técnica fora de um território. Daí que
a técnica só exista como meio-técnico. O homem por meio da técnica interfere e
realiza a diversificação da natureza. Modifica e reconstrói a partir de seus interesses, ou necessidades, ou poder!
Esse
movimento se dá numa dialética de trocas de posição constantes sobre a qual a
ação humana intervém e cujo resultado é o lugar. Essa lógica nos ensina que a história
do espaço coincide e se revela na história da técnica, e a configuração geográfica
evolui do espaço singular ao espaço recortado, na fragmentação da
horizontalidade e verticalidade do mundo global de hoje. Quem domina o espaço, domina o tempo, o território, as técnicas e as emoções! O poder vincula-se à
Ao final, ou o que nos resta, é abrir olhos e ouvidos, parece que estamos em espaços e tempos construídos meticulosamente para que sejamos subjugados a servidão voluntária. Nela, somos cegos, imóveis, comandados em tudo e em nada...em um sistema organicamente formatada para dominar!
Imagem: pixaby
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002.
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