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domingo, 24 de maio de 2020

A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO: precisamos refletir a complexidade humana!




 A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO: precisamos refletir a complexidade humana em tempos de COVID 19!

Marli Dias Ribeiro 




 Pensar em tecnologia, segundo Morin (2003), passa por atentar-se ao fato de que com a tecnologia, precisamos refletir sobre os modos de manipulação novos e muito sutis, pelos quais, a manipulação exercida sobre as coisas implica a subjugação dos homens pelas técnicas de manipulação (...) o homem é manipulado pela máquina e para ela (MORIN, 2010, p, 109). Isolar o homem à questão tecnológica é limitá-lo, educar apenas a partir de tecnologia é limitar o estudante, pois, segundo o autor, a tecnologização é um processo limitado e limitante, que pode inibir situações de mudanças e criações, processos importantes e necessários em toda sociedade, e na escola.
Esse paradoxo deve nos levar a ponderar que:  “A ciência começa e termina com problemas, e seu método consiste na escolha de problemas interessantes e na crítica de nossas permanentes tentativas experimentais e provisórias de solucioná-los (Popper).
Morin (2003) mostra em seus escritos que a técnica que é produzida pelas ciências transforma a sociedade, e a sociedade tecnologizada, retroativamente, transforma a ciência. Esse movimento, esse processo, inter-retroativo perpassa a ciência, o Estado e atravessa as relações na sociedade, e certamente, nossas escolas.
Nesse circuito, o Estado desempenha um papel ativo, de acordo com seus interesses econômicos, promove programas, e subvenções. Assim, a instituição científica suporta as coações tecnoburocráticas estatais, de grandes aparelhos econômicos, mas estes órgãos, não são guiados pelo espírito científico, eles apenas utilizam os poderes que a investigação científica lhes dá, e muitas vezes, sem uma crítica real da conjuntura social (MORIN, 2003).
O papel da ciência e as questões éticas que envolvem o conhecimento científico e sua regulação, reforçam questionamentos inerentes a vida em sociedade e as articulações que chegam nos espaços educativos. Se a sociedade está tecnologizada, mergulhada em máquinas, espaços virtuais, redes, se essa estrutura sofrer um colapso, entraremos em colapso automaticamente? A vida hoje é dependente ou aliada da questão tecnológica? Sobreviremos? Nos reinventaremos?
 Morin (2003) reverbera sobre o grande desafio do ponto de vista do conhecimento, do aprender, do ensinar, sobre a importância de isolarmos a noção de tecnologia e suas relações com a sociedade, com a técnica, com o Estado, e esquecemos das consequências desse processo. Sem a crítica, sem reflexão, estamos fadados à cegueira. Parece pertinente observar que:

A ciência, segundo Morin (2003, p.53), “[...] tem quatro pernas independentes entre si: empirismo e racionalismo, imaginação e verificação”. O progresso da ciência ocorreu em função da dialógica complexa permanente, complementar e antagonista entre suas quatro pernas. Morin diz que “no dia em que andar sobre duas pernas, ou tiver uma perna só, a ciência desabará (Ibid., p.190).

Desta forma, o grande dilema, aplica-se ao fato de que podemos estar usando a tecnologia em todos os nossos esquemas de trabalho, de vida social, de concepção de homem, adotando um o predomínio técnico na formação do cidadão, entretanto, não seguimos enquanto pessoas, a lógica matemática de máquinas artificiais, não somos programados linearmente. Somos seres complexos, ecológicos, espirituais, integrados.  
A complexidade, a desordem, os conflitos e os processos humanos não são compreendidos na singularidade de códigos digitais. Ressalta-se a necessidade de se repensar os contextos entre tecnologia e sociedade, nos questionarmos sobre o conhecimento e suas relações tecnológicas, a caminhar com cuidado e ética na análise epistêmica sobre os rumos de uma sociedade tecnologizada. Como explica Morin (2003), talvez já possamos, ou não tenhamos, condições de separar o conceito tecnologia do conceito de  ciência.
Por fim, não somos binários, numericamente programados, em zeros e uns. Somos humanamente, gente! Somos capazes:  “ de lutar com palavras, em vez de lutar com armas, isso,  se constitui o fundamento da nossa civilização (Karl Popper).

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez, 2003.





sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

POR QUE DEVEMOS PLANEJAR A ESCOLA E A SALA DE AULA?

Por que os gestores escolares e professores 

devem planejar?


Por Marli Dias Ribeiro

A maioria das pessoas não planeja a falha, elas falham no planejamento.
( Jonh Beckley)

         Encerramos  mais um ano e devido a dinâmica que envolve a gestão escolar, fechamos um ciclo, um período letivo terminou. Iniciamos a partir de agora as avaliações de uma etapa que se findou para pensarmos um novo planejamento. Parece ser uma receita dos tempos da vovó, mas sempre cabe alertar que sem planejamento, sem resultados…
     Para dar certo, para nossas escolas crescerem, para nossos estudantes aprenderem, devemos planejar. Se tardarmos em planejar, ou não planejarmos, é certo que falharemos. Em educação, seja na gestão da escola ou na gestão da sala de aula a prioridade é partir para o planejamento!
Gestores e educadores que se apropriam dessa ferramenta indicam que o planejamento abre possibilidade pois:

1.   Reduz as ações e reações baseadas na emoção, no achismo, na adivinhação e na intuição por oferecer bases teóricas sólidas e dados pautados em  resultados contextualizados.

2.   Pode-se  fazer mais do que efetuar alterações marginais e simplistas de projetos que não deram certo e necessitam de ajustes por aprofundar as análises.
  
3.   Evita um estado de “apagar fogo” corriqueiro nas escolas, a eterna emergência e o corre-corre,  auxiliando e antecipando diretrizes para ações ponderadas e controladas de problemas frequentes.

4.   Minimiza muitas falhas e pequenos problemas corriqueiros da rotina escolar evitando desgastes desnecessários.


5.    Assegura que cada ação na escola possa ser coordenada e compartilhada, o que ajuda a decidir se cada função está adequadamente identificada,  e se o indivíduo responsável tem realizado suas atribuições.

6.   Organiza as decisões que têm melhores chances de produzirem as consequências desejadas tanto no presente,  como para o futuro.
  
7.   Tende a diminuir as burocracias pois  ajuda a dividir melhor as tarefas do dia a dia,  e  a ajustar e reduzir o caminho dos processos.

8.   Promove atitudes de coletividade, cooperação e democracia,  delegando tarefas e atribuições a todos.
  
9. Incentiva a criatividade, a autonomia, motivando a equipe, e sensibilizando para o enfrentamento dos problemas.

10.  Dá visibilidade ao  resultado dos esforços anteriores e indica caminhos para novas ações o que pode  ajudar a romper com a resistência ao planejamento.

11.Estabelece um clima escolar de transparência, amizade e companheirismo,  evitando competitividades e estresses.

12.Promove resultados que podem ser compartilhados por toda comunidade e principalmente,  pelos estudantes.

13.  Indica que acertos e erros podem acontecer. Por isso, não tenham medo de errar,  pois como dizia Albert Einstein; ‘ a pessoa que nunca cometeu um erro,  nunca tentou algo novo’.

         Por fim, elabore o planejamento com as bases teóricas que fundamentam as aprendizagens, utilize os mais variados instrumentos, as diversas  metodologias disponíveis, invente e reinvente, mas tempere tudo isso com o melhor que você pode oferecer a sua comunidade que é o diálogo, a democracia,  o comprometimento e o amor.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A CRISE EDUCACIONAL FOI, E É PLANEJADA



A CRISE EDUCACIONAL FOI,  E É PLANEJADA

Ela não é uma crise é um projeto



Por Marli Dias Ribeiro




            Essa frase de Darcy Ribeiro em 1977, numa palestra que ele chamou de “SOBRE O ÓBVIO”, continua atual mesmo tendo sido dita a mais de quatro décadas. Os números de nossa educação revelam uma situação lamentável. Se o Estado não investe suficientemente  em Educação podemos considerar que a crise é planejada, ela é uma consequência prevista e pode até ser calculada. Não existem bons resultados sem projetos e investimentos. Apesar de na última década terem ocorridos alguns avanços principalmente, em relação ao acesso, temos grandes desafios a enfrentar. Os dados revelam uma crise que se arrasta e parece ser previsível e intencional.
            Segundo dados do relatório Education at a Glance 2018, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os resultados revelam  o que muitos de nós suspeitamos:  mais da metade da nossa população adulta entre 25 e 64 anos não concluiu a Educação Básica em 2015, o dobro da taxa média das nações que fazem parte da OCDE.  Nossos resultados estão  acima de países como Argentina (39%) e Chile (35%). Além disso, o Brasil também aparece em segundo lugar na lista dos países com maior desigualdade de renda entre os 49 participantes do relatório  o que para alguns estudiosos parece ser uma consequência da baixa escolarização da população.
            Quando analisamos os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017  os indicadores revelam que   60% dos estudantes do 9° ano do Ensino Fundamental e 70 % do 3° ano do Ensino Médio tem aprendizado insuficiente em português, segundo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Isso significa que ao longo dos anos esses estudantes não aprenderam o suficiente e necessitam de políticas públicas de intervenção pedagógica com urgência em várias competências. A palavra que não pode faltar é Política, e  Politicas Públicas diretamente ligadas a solução do problema. Isso significa dizer: investimento, dinheiro, recursos. O resultado de tanto abandono e negligência são e estão expostos no alto índice de desempregados, milhares de cidadãos excluídos, violência, e mazelas na saúde e segurança. Pergunto, se chegamos à revolução industrial com cem anos de atraso, para chegarmos a atual sociedade do conhecimento e das novidades tecnológicas serão QUANTOS séculos de atraso?
            Enquanto não entenderem E NÃO ESCLARECERMOS  que educação é prioridade e que requer investimentos, continuaremos sem grandes avanços. Essa crise é planejada, é visível e se perpetua. Dizem que os números não metem, e nesse caso revelam os fracassos.  Esses números, por outro lado, também podem nos indicar onde devemos investir nossas riquezas para superar os problemas da educação.

         Será que os dados existentes , os variados estudos,  e os relatos da realidade não ajudam a planejar melhorias? A quem interessa esse fracasso? Pagamos valores exorbitantes em impostos e esses valores não são aplicados em Educação de Qualidade e Valorização dos Professores. Se ainda temos dúvidas de  que a crise na educação é planejada? Parece óbvia a resposta.

domingo, 12 de agosto de 2018

QUANDO O ALUNO SUPERA O MESTRE É O DIA DO ESTUDANTE


QUANDO O ALUNO SUPERA O MESTRE
É O DIA DO ESTUDANTE

Por Marli Dias Ribeiro




Mas que uma data em si, o estudante, seu dia, deveria ser festa de todo dia. De toda aula. Numa jornada de superação ao mestre, onde mais que um estudante, muitos, milhares pudessem comemorar. A data não surgiu em um grande baile de gala. O dia do estudante teria surgido 100 anos depois da criação do curso de direto e ainda, em comemoração aos dois primeiros cursos de ciências sociais e ciências jurídicas que surgiram aqui no Brasil, através de D. Pedro I, em 11 de agosto de 1827.
 Celso Gand Ley idealizou fazer o dia 11 de agosto uma data comemorativa para homenagear todos os estudantes e é também o dia do advogado. Mas apesar dos grandes desafios que envolvem a vida do estudante brasileiro temos que incentivar, aplaudir e comemorar aqueles estudantes que fazem parte de nossa jornada e nos orgulham ao evidenciar de forma concreta nossa utopia educativa.

ASSIM, PEDI PERMISSÃO A UM AMIGO, EX ALUNO E HOJE EDUCADOR PARA COMPARTILHAR EM NOSSO BLOG O QUE PARA MIM, EXPRESSA A MÁXIMA DE QUANDO O ALUNO SUPERA O MESTRE, E ENTÃO FALAR DE COMO PENSO EM UM VERDADEIRO  DIA DO ESTUDANTE.
O DIA EM QUE O ALUNO ATRAVESSA O SISTEMA COM SUAS PALAVRAS, AÇÕES E SONHOS...

            Relato de um educador que não sobreviveu ao sistema

Fazia um tempo, dois anos mais precisamente, que eu andava batendo de frente comigo mesmo. Uma luta diária para resistir. Para ensinar com amor. Fazia um tempo que não era mais possível. Um dia ouvi de um colega, que ele estava em sala para ministrar um conteúdo, e que não tinha obrigação com a vida dos seus alunos. Sabe o que me doeu? Perceber que ele estava certo. Ele age conforme um sistema, e quem sou eu para inventar a roda? Logo eu, que já levei pra minha casa alunx expulsx de casa pelo pai, logo eu que em vários momentos desisti do conteúdo para dar afeto aos adolescentes que passam por conflitos, por dores, por descobertas, por carência afetiva. Esses meninos só precisam ser ouvidos. Mas o sistema venceu de novo! Fico constrangido ao ouvir o índice de recuperação dos alunos, e saber que a culpa não é deles. Mas nossa! O que é feito de diferente para instigar, motivar, impactar, transformar? Olha aí o sistema me vencendo de novo. Logo eu, que acho nota a maior bobagem já inventada, logo eu que já vi muito aluno foda tirando 0,0 nas minhas provas, logo eu que já vi muito aluno nota 10 sendo subordinado ao nota 5. Aluno não precisa de nota, precisa de afeto e estímulo. Mas isso sou eu quem acho, o sistema não, o sistema adora comparar os alunos, apontar o dedo na cara deles e dizer: “VOCÊ É MELHOR, tirou nota máxima, JÁ VOCÊ... Você deve ser como o fulano! ” Que absurdo, não é mesmo?
E de tudo, o que mais me dói é perceber que o sistema quer nos acomodar. Paga nosso salário, dita o conteúdo, e a gente vira uma máquina que reproduz o tempo inteiro a mesma coisa. Para que pensar atividades diferentes, para que elaborar provas, trabalhos, estudos diferentes se o conteúdo é o mesmo? PELO SIMPLES FATO DOS SEUS ALUNOS SEREM DIFERENTES, C##%! O seu aluno de três anos atrás não é o mesmo de hoje! Mas isso quem pensa sou eu. O sistema venceu de novo! Aí a gente fica nessa, recebe um salário, finge que ensina, o aluno finge que aprende, e o sistema segue firme e funcional. Para quem? Decidi ser justo. Desisti!
Acho que estou doente, com uma ansiedade incontrolável e com o pensamento acelerado. Preciso descansar. Preciso voltar ao primeiro amor. Por enquanto desejo sucesso aos meus ex alunos, e esse sucesso só depende de vocês. Numa entrevista de emprego ninguém pede seu boletim para conferir suas notas. O que conta é quem você é! Seja gigante!
Só para constar, no terceiro ano do ensino médio eu tirei 0,25 na MÉDIA FINAL em matemática. E hoje, NENHUM colega nota 10 é melhor que eu. Até porque ser melhor é uma questão de perspectiva.


Júnior Ribeiro é residente em Planaltina-DF, tem 25 anos é ator, produtor cultural, diretor de teatro e professor de arte. Formado pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes.


AGORA POSSO COMEMORAR, AGORA SIM, VIVA O DIA DOS ESTUDANTES...


sexta-feira, 15 de junho de 2018

SÍNDROME DO DESCASO EDUCACIONAL: Sintomas crônicos da Educação Brasileira



SÍNDROME DO DESCASO EDUCACIONAL:

Sintomas crônicos da Educação Brasileira


Por Marli Dias Ribeiro

Os dados da educação brasileira revelam como exames clínicos uma patologia crônica que afeta a educação de todo país. Resultados do censo escolar, inclusive os de 2017, e os anteriores dos últimos 10 anos, indicam uma taxa altíssima de evasão e abandono, entretanto, apesar do diagnóstico da doença crônica conhecida por SÍNDROME DO DESCASO EDUCACIONAL, praticamente nenhuma atitude é efetivamente tomada. 
Esse mal é contagioso e atinge principalmente as redes municipais de ensino da Educação Básica e até algumas capitais. A baixa qualidade, a desvalorização do professor e de sua formação,  a infraestrutura escolar precária são os sintomas mais evidentes.
Os males  dessa síndrome são variados. Aparecem no espaço escolar, sobretudo na sua infraestrutura onde as escolas continuam na idade da pedra. Em pleno século XXI apenas 41,6% possuem rede de esgoto. Situação agravada no Acre, Amazonas e Roraima.  Ainda temos escolas que jogam o esgoto nos rios, escolas que usam poço ou cisterna, e a incrível marca de 10% das instituições que não possuem energia nem rede de esgoto. Computadores com internet nas escolas ainda continuam nas nuvens. A inacreditável marca de que 65,5% das escolas de Ensino Fundamental não possui conexão com a internet, nem Banda larga, nem internet rural, e muitas nem telefone. Os sintomas são gravíssimos em muitas escolas rurais.

A formação precária e a desvalorização dos profissionais da educação intensificam o quadro da síndrome tornando os demais sintomas ainda mais graves. Muitos dos professores recebem salários insuficientes para sua subsistência e não possuem condições de atualizarem-se. A questão cultural aumenta a desvalorização se compararmos os ganhos de outros profissionais com nível superior com salários muito melhores. Falta compromisso do Estado com a carreira magistério.

A cura definitiva da SÍNDROME DO DESCASO EDUCACIONAL já foi descoberta em vários países. Como exemplo podemos citar a Finlândia. Nesse pais o salário do professor é digno e gira em torno de 3 mil euros. Todos os professores possuem mestrado, os processos de seleção são rigorosos e existe um período de pré-contratação. Todos os alunos com dificuldades têm atendimento diferenciado e são acompanhados com reforço. Estudam mais de 6 horas por dia. 
A educação pública da Finlândia recebe altos investimentos,  é estimulada e valorizada. O país é o quinto melhor em inovação tecnológica do mundo. A cura começou com a reforma educacional em 1968 e hoje ocupa o topo das avaliações internacionais, inclusive o PISA ( Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).

A transformação para esse conjunto de sintomas podem nos ajudar a iniciar uma educação que esteja de fato inserida nas competências do século XXI. Se vacinas de consciência política, com seus devidos reforços  não FOREM distribuídas e aplicadas em todo país do futebol; se o uso contínuo de voto certo e gestão democrática não se fizerem presentes no Brasil  da copa do mundo, continuaremos doentes, muito doentes, e não será apenas dos pés, que amam a bola, mas de uma síndrome curável que se chama DESCASO EDUCACIONAL.  

sábado, 3 de março de 2018

SUA ESCOLA É DEMOCRÁTICA? FAÇA O TESTE E DESCUBRA...




SUA ESCOLA É DEMOCRÁTICA?
FAÇA O TESTE E DESCUBRA...
 Por Marli Dias Ribeiro


A Gestão Democrática na Escola tem enquanto premissa buscar garantir que a comunidade tenha centralidade quanto a sua gestão, suas verbas e projetos pedagógicos. Envolve princípios que estabelecem maior autonomia da comunidade escolar, transparência nas ações, incentiva a qualidade social e valoriza a participação de todos os sujeitos. E além dessas questões, Gestão Democrática da Escola, está prevista na Constituição de Brasileira de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.



Numa gestão Democrática as dimensões pedagógicas, administrativas e financeira estão baseadas na efetiva participação dos órgãos colegiados, e também, na eleição da equipe gestora. Outro fator importante, relaciona-se a construção do Projeto Político Pedagógico (PPP), com vistas a democratização às relações pedagógicas. Também prever democratizar as relações  de trabalho, visando a qualidade social, traduzida na busca constante do pleno desenvolvimento da pessoa, no preparo para o exercício da cidadania e da qualificação para o trabalho, por meio de estudos, formações e troca de experiências.

Segundo Libâneo (2004), a concepção democrática- participativa baseia-se na relação orgânica entre a direção e a participação do pessoal da escola. Acentua a importância da busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma coletiva de gestão, em que as decisões são tomadas coletivamente e discutidas publicamente. 
Características desse modelo estão na articulação entre a atividade de direção, a iniciativa e participação das pessoas da escola, e das pessoas que se relacionam com a escola. Assim, a gestão é participativa, mas espera-se, também, a gestão da participação. Nessa lógica, descentralização é conceito chave para se entender as políticas educacionais, e o acesso das pessoas no contexto de democratização da gestão.

            Alguns indicadores apontam para os processos democráticos na escola. Vamos fazer um teste?  Responda sim, em parte, ou não.

VAMOS AO TESTE?

1.    O PPP foi construído coletivamente, com a participação de toda comunidade?

2.    Os colegiados da escola participam ativamente na gestão financeira, pedagógica e administrativa?

3.    Nas salas de aula, os alunos participam e tem autonomia para perguntar e responder, questionar e interferir no planejamento das aulas, nas avaliações e trabalhos?

4.    Os recursos financeiros são conhecidos pela comunidade e ela também ajuda a indicar as prioridades nas compras e na aplicação das verbas?

5.    Os dados da escola são transparentes em relação a aprovação, reprovação, evasão, indicadores nacionais e organização de projetos?

6.    Os serviços administrativos atendem toda comunidade externa e interna  de forma efetiva e vinculada aos objetivos da escola?

7.    Existem momentos coletivos de estudo, debates e reflexões acerca da realidade da escola, dos alunos e dos problemas, para tomadas de decisões?

8.    Os pais participam das reuniões e tem acesso à escola, aos professores e as informações de forma fácil?

9.    Os espaços e o patrimônio da escola são utilizados democraticamente por todos e pela comunidade local?

10. A equipe gestora foi escolhida em eleições com voto direto de toda comunidade?

Agora é hora de somar os pontos. Sim – 1 ponto, em parte 0,5 pontos, não 0 ponto.

RESULTADOS

De 0 a 4 pontos. A escola ainda tem um longo caminho a percorrer em busca da gestão democrática. É importante reforçar os mecanismos de participação e refletir coletivamente sobre a importância de ações práticas para chegar a resultados concretos. Faça sua parte e participe ativamente. 
De 5 a 7 pontos. O processo participativo existe. Sua escola está crescendo e procurando ajustar e amadurecer a participação da comunidade. Persistência, estudos, debates, podem ajudar a ampliar os resultados.
De 8 a 10 pontos. A comunidade encontrou o caminho da participação democrática. Continuem aprimorando e compartilhando as experiências democráticas com outras instituições. Ofereça ajuda e continue apostando na democracia.

           Um  teste não significa um resultado absoluto e inquestionável da realidade da escola. Aqui, a ideia é debater e refletir um pouco mais sobre o tema.  E por fim, se para concretizar a gestão democrática é importante a participação de toda comunidade na escola para compartilhar decisões e ações, torna-se então necessária a reflexão e a prática democrática. Como diz Paulo Freire, “só se aprende democracia fazendo democracia”. Então, faça parte e contribua com a democracia em sua escola. 

LIBANEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2004.
Imagem: internet

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