Política é assunto para professora e professor …
Por Marli
Dias Ribeiro
Talvez você já deve ter ouvido a
palavra politéia inúmeras vezes nesse ano de eleição. Essa tal de politéia
usada pelos gregos atualmente está na roda de conversa, no rádio, TV, nas redes
sociais, nos memes, piadas diversas, e
claro, deve estar na escola. Em nosso português é a famosa política! E política,
você gostando ou não, está relacionada à vida em sociedade, às relações de poder (lembra da obra “ A Política” de Aristóteles?) ,nas
escolhas de grupos, na expressão de opiniões, nas diferenças e conflitos , e nas ações
de cada sujeito no mundo social, inclusive, nas relações estabelecidas dentro e fora da escola.
E na escola? Nela falamos em Projeto Político Pedagógico.
A política está presente em nossas
ações educativas e praticamente tudo que acontece nas escolas são frutos
diretos de ações e omissões de políticas implementadas. Já parou para pensar
nisso? Num dos clássicos da literatura, O Príncipe, de Maquiavel, fica clara a
luta travada pelo poder, pela manutenção do poder no Estado, o que incluí que os
fins nem sempre justificam os meios, e a política parece estabelecer esse entrelaçamento cínico.
A Educação Pública muitas vezes fica refém de combinados políticos, arranjos, escolhas que estão fora dos interesses dos estudantes, professores, escolas e baseados em acordos distantes dos interesses da comunidade.
Mas
escola, enquanto espaço social, tem suas ações apoiadas em escolhas, em lutas, reflexões. Nessa lógica, no âmbito da educação, a
Política Pública é afunilada para o que chamamos de Política Educacional e que pertence
ao grupo de Políticas Públicas Sociais. Se a escola e sua comunidade busca conquistas e uma educação de qualidade a
política é o instrumento de implementação
dos movimentos e referenciais educacionais.
Ela
se faz presente através da Legislação Educacional e, só para lembrar, quem escreve a lei, é escolhido por nós, pelo
voto, por nossas opções políticas. Assim, eu professora, e toda comunidade temos
que pensar em política, e pensar muito bem.
Quando caminhamos rumo à escola esse embate também existe, seja nas
relações professor-aluno, direção-professor, escola-comunidade e outras. O tipo
de merenda que chega na escola, a contração e formação de professores, a
construção de escolas, as verbas que chegam ou não, o tipo ou modelo de gestão
escolar, o currículo, o livro didático, etc, etc, etc… por isso política é
assunto de professor, de aluno, de servidor, de todos.
Por fim, se você educador não conhece,
não debate, não opina, se sua escola ainda não parou para refletir sobre isso,
alguém certamente estará fazendo as escolhas por vocês.
Enfim, o pior é que, nem
sempre a escolha do outro, é a favor da escola pública, democrática e de
qualidade que nossos alunos e que nossa comunidade tanto sonha, necessita e merece. QUEM VALORIZA A EDUCAÇÃO ACREDITA NO FUTURO.
FICA
A DICA: Fonte de implementação da educação nacional e das
políticas em educação a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB), suas
alterações dependem da Câmara Federal, Senado e Governo. Além disso
diversas Políticas Educacionais locais são elaboradas pelos Governos do Estado e do Distrito Federal.
Que bacana este texto para iniciar um diálogo em nossas escolas. Certamente a tomada de consciência de que política é assunto para a escola precisa ser criada em todos os que participam da vida escolar, inclusive os pais, para que haja educação de qualidade e que promova o desenvolvimento pessoal de toda comunidade escolar. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada pela visita ao blog. Nosso compromisso é sempre com a educação pública de qualidade. A democracia é nossa base rumo ao diálogo. Abraços.
ResponderExcluirParabéns pela sua forma simples e clara de explicar a política, professora! O debate é sim necessário, e devemos ter o hábito de realizá-lo como forma de construção social e educacional.
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