- A DEMOCRACIA PEDE SOCORRO, POR ISSO, É PRECISO EDUCAR PARA O DIÁLOGO EM TEMPOS DE CRISE
Por Marli Dias Ribeiro
A escola
é o lugar do encontro, para o encontro, e por esse motivo o diálogo deveria ser
uma ação natural e respaldada na nossa condição de ser social. O contato, a
presença e a diversidade do ambiente educativo deveria possibilitar a
singularidade de estar com o outro e universalizar o cuidado de falar e ouvir, e
certamente dialogar.
Encontrar
o outro sujeito na escola e fazer desse encontro um momento significativo, um
movimento de compreender, de se comprometer com a voz do outro, sua subjetividade é urgente. Isso integra um fazer dialogado para a educação humana, que vai além do conteúdo. Uma educação com “E”
maiúsculo, Educação, que integra o saber e o ser. Essa construção deve ser o fundamento
da sala de aula, da gestão, das relações entre alunos e professores, do
encontro com a comunidade.
Existiria
ação educativa sem diálogo? Existiria democracia sem a voz do outro? A
conectividade traz sentido à ação dos educadores. Transcende o movimento de passar
conhecimento pois, quem encontra o aluno e interage com ele propõe sentido à sua
presença na escola.
O
desafio de fazer, de saber e de ser educador para o diálogo é evidente. Vivemos
um presente cercado de egoísmo, de fluidez e velocidade. Ser tempo presente
para o nosso aluno parece ser o grande desafio. Estamos perdendo a noção de
estarmos completos em casa, na escola, na sala de aula e no diálogo. Sem essa
inteireza educar para dialogar torna-se impossível.
Então
é preciso ser presente, estar presente, e fazer-se presente para construir um
percurso educativo fundamentado na condição humana da fala e da escuta. Sejamos
alertas ao imperativo de entender o diálogo como condição essencial ao ato de
educar e transformar a educação e nossas comunidades.
Estar
próximo do aluno e da sua realidade movimenta a educação e faz dela uma
construção de ideias, sem a participação e a fala do outro, isso parece ser
impossível.
Em
Paulo Freire refletimos que … deveríamos entender o “diálogo” não como uma
técnica apenas que podemos usar para conseguir obter alguns resultados. Também
não podemos, não devemos entender o diálogo como uma tática que usamos para
fazer dos alunos nossos amigos. Isto faria do diálogo uma técnica para a
manipulação, em vez de iluminação. Ao contrário, o diálogo deve ser entendido
como algo que faz parte da própria natureza histórica dos seres humanos. É
parte de nosso progresso histórico do caminho para nos tornarmos seres humanos.
Está claro este pensamento? Isto é, o diálogo é uma espécie de postura
necessária, na medida em que os seres humanos se transformam cada vez mais em
seres criticamente comunicativos. O diálogo é o momento em que os humanos se
encontram para refletir sobre sua realidade.
Esse é o convite principal em tempos de crises sociais, políticas e educativas. Dialogar. Que a partir de nossa ação e envolvimento possamos aceitar o desafio, e a ousadia de
educar para um futuro mais ético, e que ele passe pelo diálogo.
Trecho
do livro Medo e Ousadia – O Cotidiano do Professor / Ira Shor, Paulo
Freire; tradução de Adriana Lopez. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. (Coleção
educação e Comunicação, v. 18)
Perfeito!
ResponderExcluirDeveríamos usar isso para nossa vida.
E viva o diálogo, em casa, na rua, nas escolas, no mundo ...
Adorei!
😉
Grande abraço. Que o diálogo seja nosso rumo.
ExcluirMarli parabéns por mais essa obra e contribuição por uma verdadeira educação centrada no diálogo.
ResponderExcluirDavina
Que bom receber sua visita. Sigamos na luta.
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