sexta-feira, 4 de outubro de 2024

A Distorção Idade-Série no Brasil: Um Desafio para a Educação

 

A Distorção Idade-Série no Brasil: Um Desafio para a Educação


Marli Dias Ribeiro 

        A distorção idade-série é um problema educacional persistente no Brasil, caracterizado pela discrepância entre a idade cronológica do estudante e a série que ele frequenta. Em outras palavras, trata-se de uma situação em que um aluno está em uma série escolar acima ou abaixo daquela correspondente à sua idade. A educação é um direito de todos e a distorção idade-série é um obstáculo que impede muitos jovens de alcançar seu pleno potencial. Suas causas, consequências e impactos precisam ser conhecidos para que o enfrentamento seja adequado. 

Causas da distorção idade-série:

  • Repetência: A repetição de séries é um dos principais fatores que contribuem para a distorção idade-série. Diversos fatores podem levar à repetência, como dificuldades de aprendizagem, problemas socioeconômicos, falta de acompanhamento familiar e até mesmo falhas no sistema educacional.
  • Entrada tardia na escola: Crianças que ingressam na escola após a idade recomendada, seja por questões socioeconômicas ou por outros motivos, tendem a apresentar maior dificuldade em acompanhar o ritmo da turma e, consequentemente, a distorcer a idade-série.
  • Abandono escolar: O abandono escolar, seguido de um retorno posterior, também pode gerar distorção idade-série. Ao retornar aos estudos, o aluno pode precisar ser realocado em uma série inferior à que corresponderia à sua idade.

Consequências da distorção idade-série:

  • Dificuldades de aprendizagem: A distorção idade-série pode gerar sobrecarga ou, por outro lado, desmotivação e dificuldades de aprendizagem para o aluno.
  • Baixa autoestima: A sensação de não estar no lugar certo e de não acompanhar os colegas pode afetar a autoestima e o desenvolvimento social do estudante.
  • Evasão escolar: A distorção idade-série pode aumentar o risco de evasão escolar, uma vez que o aluno pode se sentir desmotivado e deslocado do ambiente escolar.
  • Desigualdade social: A distorção idade-série está frequentemente associada as questões socioeconômicas, perpetuando desigualdades sociais e dificultando a ascensão social.

Impactos para a sociedade:

  • Diminuição da qualidade do ensino: A presença de alunos com diferentes níveis de desenvolvimento em uma mesma sala de aula pode dificultar o trabalho do professor e comprometer a qualidade do ensino.
  • Perda de talentos: Alunos com alto potencial podem ser prejudicados pela distorção idade-série, perdendo oportunidades de desenvolvimento e contribuição para a sociedade.
  • Custos sociais e econômicos: A distorção idade-série gera custos sociais e econômicos elevados, relacionados à necessidade de oferecer suporte aos alunos com dificuldades, à perda de mão de obra qualificada e à perpetuação da desigualdade social.

Medidas para combater a distorção idade-série:

  • Prevenção da repetência: É fundamental investir em políticas e programas que visem à prevenção da repetência, como o fortalecimento da formação de professores, a oferta de atividades de recuperação paralela e o acompanhamento individualizado dos alunos.
  • Flexibilização curricular: A flexibilização curricular pode permitir que os alunos avancem em seus estudos de acordo com seu próprio ritmo, evitando a retenção e a distorção idade-série.
  • Atendimento aos alunos com dificuldades: É preciso oferecer suporte aos alunos com dificuldades de aprendizagem, por meio de programas de reforço escolar, atendimento especializado e recursos pedagógicos adequados.
  • Combate ao abandono escolar: A prevenção do abandono escolar é fundamental para reduzir a distorção idade-série. É preciso criar um ambiente escolar acolhedor e motivante, além de oferecer programas de apoio socioemocional aos alunos.

        A distorção idade-série é um problema complexo que exige ações coordenadas de diversos atores sociais, como governo, escolas, famílias e comunidade. Ao investir em políticas públicas eficazes e em práticas pedagógicas inovadoras, é possível reduzir significativamente a distorção idade-série e garantir uma educação de qualidade para todos os estudantes.

        


Imagem: Editora CRV

Para saber mais, conheça a obra: O menino da última carteira: da invisibilidade a superação da Pedagogia do Fracasso Escolar - Editora CRV - Marli Dias Ribeiro 

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Sobre o livro : O menino da última carteira, da invisibilidade à superação da Pedagogia do Fracasso Escolar

 

Sobre o livro: O menino da última carteira, da invisibilidade à superação da Pedagogia do Fracasso Escolar 


                                      Danilo Ribeiro de Sousa

  

Imagem: Editora CRV

Você sabia que muitos estudantes estão sendo prejudicados pela distorção idade-série, atraso escolar ou defasagem entre a idade e o ano de estudo?

 Essa diferença entre a idade ideal para uma série e a idade real do aluno pode afetar diretamente seu desempenho escolar e suas perspectivas de futuro. Mas a boa notícia é que existem  soluções para esse problema! Soluções criativas e colaborativas.

O livro escrito pela Doutora em Educação Marli Dias Ribeiro  mostra a partir de um estudo que a gestão democrática nas escolas é fundamental para reduzir a distorção idade-série.

 Ao envolver todos os membros da comunidade escolar – diretores, professores, alunos e famílias – na tomada de decisões, é possível identificar as causas desse problema e encontrar soluções personalizadas para cada realidade.

Mas como a gestão democrática pode ajudar?

  • Diálogo e participação: ao promover um ambiente de diálogo aberto, a escola cria um espaço seguro para que todos expressem suas opiniões e necessidades.
  • Identificação das causas: através da participação de todos, é possível identificar as causas da distorção idade-série, como dificuldades de aprendizagem, problemas sociais ou falta de recursos.
  • Criação de soluções personalizadas: com base nas causas identificadas, a escola pode desenvolver projetos e ações específicas para atender às necessidades de cada aluno.
  • Empoderamento da comunidade escolar: ao envolver a comunidade, a escola fortalece o sentimento de pertencimento e responsabilidade de todos pela educação.

O que podemos fazer?

  • Implementar a gestão democrática: é fundamental que as escolas promovam a participação de todos na tomada de decisões.
  • Apoiar iniciativas que combatam a distorção idade-série: buscar informações sobre projetos e programas que visam reduzir essa desigualdade.
  • Divulgar a importância da gestão democrática para mitigar o fracasso escolar: compartilhar e informações sobre o tema em suas redes sociais.

Essa obra é um escrito importante que evidencia como podemos construir escolas mais justas e democráticas, onde todos os alunos tenham a oportunidade de aprender e se desenvolver na idade certa. É uma leitura obrigatória para quem deseja promover uma educação participativa.  Leiam, divulguem e se mobilizem para que nenhum estudante fique para trás. 


Adquira o seu exemplar em: https://www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/38914-o-menino-da-ultima-carteira-brda-invisibilidade-a-superacao-da-pedagogia-do-fracasso-escolar?srsltid=AfmBOoqfHMzvcEDQ0IPC0JnCUrxmZu1oq9Q1m4r8XZ96fNzO4GQFm-DJ


terça-feira, 21 de maio de 2024

Nas trilhas com o Lobo Guará: Construindo saberes e semeando sonhos na perspectiva da distorção idade-série




Nas trilhas com o Lobo Guará


Se não posso estimular sonhos impossíveis, não devo
negar o direito de sonhar com quem sonha.
Paulo Freire



                                                                          Por Marli Dias Ribeiro e Lucicleide Araújo
 


    O livro “Nas trilhas com o Lobo-Guará” reúne ensaios inéditos de escrita criativa sobre os processos de ensino e aprendizagem, construtores de saberes e semeadores de sonhos de toda a comunidade escolar do Centro de Ensino Médio do Guará. É um livro que foi pensado e elaborado de modo detalhado e com muito carinho pelos pesquisadores do Projeto Líber – Laboratório Interdisciplinar de     Metodologias Educacionais – juntamente com a equipe gestora. É uma fonte de expressão das experiências vivenciadas, bem-sucedidas e que provocaram transformações profundas nos sujeitos que trilharam o chão da escola. Elaborado por meio de uma linguagem simples, criativa, o livro é a expressão mais pura e genuína da sabedoria vivida pela comunidade. Construção histórica das pessoas que trilharam caminhos, perpassando dificuldades, desafios, mas que fizeram história e deixaram as suas marcas, acreditando na máxima da não existência de estudantes fracassados, movidos sempre por uma certeza esperançosa de que a Educação é o instrumento de transformação. 

    O livro pretende a desafiadora tarefa de apresentar a distorção idade-série a partir do ponto de vista de quem a experienciou, seja como estudante, como professor/a, como gestor/a, como comunidade. Trata-se de uma construção de saberes, de vida e de sonhos que procurou caminhar fora de uma ótica de padrões e de contornos convencionais, do que ordinariamente é publicado acerca do atraso escolar, que afeta um número expressivo de estudantes da Educação Básica. 

Os autores que fazem parte da obra se uniram e se reuniram para ampliar a liberdade do fazer pedagógico, do refletir e do pensar a educação mediante a evidência de suas narrativas, histórias de vida reais e sonhos permeados de fertilidade, de significado e de sentido. A preocupação em relação às técnicas apuradas parou na sombra da lobeira, mas a sensibilidade das vivências nos arrancou do descanso. E como ensina Larrosa (2021)12, buscamos dignificar a experiência, não coisificá-la, retirar o dogmatismo e pensar que toda experiência nasce a partir da paixão e não da ação. 

    Assim, apaixonados, seguem pelas trilhas apresentadas os saberes constituídos para indicar possibilidades de encantamento pela educação e pela vida. Toda a constituição da obra teve como fonte de inspiração a Pedagogia Alpha, no sentido que de nossa presença teve também como pressuposto um encontro dialógico, e como finalidade a formação de professores, sustentável e sensível, e o processo pedagógico, comprometido, competente e transformador (Síveres, 2019).

1 LARROSA, J. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.

Coleção: Experiência e Sentido.

2 SÍVERES, L. Pedagogia Alpha. Presença, proximidade, partida. Curitiba: Publishing, 2019.


Link da obra completa: Nas trilhas com o Lobo Guará: construindo saberes e semeando sonhos na perspectiva da distorção idade-série


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

SOBRE PESADELOS E SONHOS

 SOBRE PESADELOS E SONHOS

Marli Dias Ribeiro 





Sonhos...


Penso ser mais agradável iniciar pelos pesadelos, pois

prefiro encerrar a escrita com bons sonhos, utopias de quem

imagina ser a educação um belo sonhar. Uma utopia que acredita

na teoria aprendida na universidade como uma prática possível.

Talvez exista uma necessidade urgente em se pensar e entender o

que nós educadores estamos comunicando aos nossos alunos, aos

nossos companheiros de trabalho, às nossas comunidades

escolares. 

De fato, as incertezas, e a fluidez desse mundo pós-

moderno que nos é apresentado, “o espanto e o encanto” das 

informações oferecidas em alta velocidade, em apenas um

clique, um toque, e abre-se a realidade. Esses movimentos

incontroláveis nos empurram, ou, se não, deveriam empurrar a

questionar nossas práticas. Todavia, a escola que temos e o

trabalho que realizamos não estão sustentando as nossas dúvidas.

E seguimos a transitar, ora pela sombra, pelo velho e sólido

mundo, ora pelo novo e líquido tempo (BAUMAN, 2001).


Trecho da obra: Por uma escrita rebelde no stricto sensu de Marli Dias Ribeiro 

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Pobreza menstrual: Narrativas e Memórias de um fluxo de amor


 Pobreza menstrual: Narrativas e Memórias de um fluxo de amor

Por que precisamos conversar 

sobre a pobreza menstrual? 




Nos pequenos ou grandes passos que marcam a história
Nos desafios socialmente cristalizados pela exclusão feminina
As insurgências ultrapassam as filosofias, 
desafiam os números
e reagem em posicionamentos, ações e
lutas 
em um vermelho sangue amor.

Marli Dias Ribeiro


    Falar sobre os aspectos que envolvem a intimidade feminina ainda é um grande desafio. O tema, apesar de atingir milhares de meninas e mulheres em todo Brasil, não chega a ser debatido com a urgência que merece. E você, já ouviu falar em pobreza menstrual? Ela existe e afeta o mundo feminino, social, psicologicamente e em termos de saúde e higiene. 
    Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância- UNICEF- apresentam este contexto no Relatório Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos do UNICEF (2021), informando que existe contingente expressivo de mulheres que não tendo ao absorvente para higiene pessoal. Elas arriscam-se com formas inadequadas e improvisadas para conter o sangramento: papel higiênico, pedaços de panos, roupas velhas, jornal e até miolo de pão. 
    Sensibilizada pela realidade excludente que vivemos, tive a oportunidade de participar, a convite do INSTITUTO ELA - Educadoras do Brasil, da organização de um obra literária que reuniu mulheres de todo Brasil, em prol desta temática e da campanha Adote um Ciclo que é uma ação contínua. 
     
    Com a pandemia, a situação de vulnerabilidade aumentou muito. E mesmo em tempos de pós- pandemia nossas iniciativas devem continuar para atendermos muitas mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade. 
        Por isto, lhe convidamos a conhecer a obra Narrativas e Memórias de um fluxo de amor, que reuniu 41 escritoras voluntárias do BRASIL e teve seu lançamento no Congresso de Gestão Educacional (GEDUC) em São Paulo, dia 30 de março de 2023. 

    No livro, além de dados e histórico do problema, envolvemos os leitores em narrativas e poesias que desenvolvem o tema. Informação e emoção juntas, para ampliar essa rede em favor da dignidade feminina. 

Para saber mais, leia e adquira o livro e, claro, adote um Ciclo! 

Contamos com você nessa narrativa colaborativa. 



Livro: Narrativas e Memórias de um fluxo de amor - Editora Um livro 

Org. Marli Dias Ribeiro; Sandra Garcia; Sônia Colombo.

Mais informações e aquisição da obra: INSTITUTO ELA- EDUCADORAS DO BRASIL     


   

domingo, 3 de julho de 2022

REFLEXÕES SOBRE TÉCNICA, TEMPO, EMOÇÃO, SERVIDÃO

 

REFLEXÕES SOBRE TÉCNICA,  TEMPO, EMOÇÃO, SERVIDÃO  


                                                                              Por Marli Dias Ribeiro 


Gosto de reflexões desafiadoras...instigantes e posso dizer, polêmicas...
Milton Santos ( 2002) sempre nos convida à desafios reflexivos. Ele  já nos ensinava que debates inspirados em ideias filosóficas não possuem ideias circunstanciais, por isso, para ele, escrever sobre técnica e tempo, imprime aos escritos a ideia de que não devam ser  atacados pelo envelhecimento. Se a técnica é apurada a descrição e explicação são inseparáveis. Neste sentido, se você escolher um objetivo de fala ou reflexão, falar em objeto sem método é apenas o anúncio de um problema. Quando o autor estuda o espaço e o tempo como objetos os definem como categorias inseparáveis e impregnadas  de técnica e emoção. 


O lugar tem grande importância e não deve ser desconsiderado. Como ponto de partida o espaço é definido como sendo um conjunto indissociável de sistema de objetos e sistemas de ações. Precisamos nos atentar ao fato de que os espaços são sistemas de valores e que os objetos agora são criados para parecerem mais perfeitos que a própria natureza. Mundo globalizado, gente alienada, e a racionalidade de fato é a força do capitalismo.

Neste aspecto, o autor ensina que o lugar é, assim, o ponto do recorte territorial. Não há território sem ação técnica, e não há técnica fora de um território. Daí que a técnica só exista como meio-técnico. O homem por meio da técnica interfere e realiza a diversificação da natureza. Modifica e reconstrói a partir de seus interesses, ou necessidades, ou poder!

Esse movimento se dá numa dialética de trocas de posição constantes sobre a qual a ação humana intervém e cujo resultado é o lugar. Essa lógica nos ensina que a história do espaço coincide e se revela na história da técnica, e a configuração geográfica evolui do espaço singular ao espaço recortado, na fragmentação da horizontalidade e verticalidade do mundo global de hoje. Quem domina o espaço, domina o tempo, o território, as técnicas e as emoções! O poder vincula-se à TÉCNICA, ao  TEMPO, a EMOÇÃO e a SERVIDÃO...É o que penso...  

Ao final, ou o que nos resta, é abrir olhos e ouvidos, parece que estamos em espaços e tempos construídos meticulosamente para que sejamos subjugados a servidão voluntária. Nela, somos cegos, imóveis, comandados em tudo e em nada...em um sistema organicamente formatada para dominar! 

Imagem: pixaby

SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Paradigmas da exclusão social: necessidades humanas na escola


 


Paradigmas da exclusão social

Necessidades humanas na escola

           Marli Dias Ribeiro

 

A fome e alta  no preço dos alimentos são exemplos de exclusão em nosso cotidiano. 

 

  A juventude brasileira quando analisada em seu aspecto social parece marcada pelo estigma da desigualdade social que emerge em formas variadas de situações de risco, pobreza, violência, evasão escolar, e outros, mostrando-se num mal-estar.

 A carência inerente aos variados deságios sofridos em relação às necessidades humanas são objeto de constante pesquisa por parte da Pedagogia Social que considera essas necessidades indispensáveis a formação do sujeito, sejam elas materiais, ou pós-materiais, reflexos das relações sociais.

            As necessidades humanas, e sobretudo, da população jovem, fazem parte de um conjunto complexo de fatores que contribuem na formação da personalidade e sua frustação, em muitos casos, provocam situações de risco, delinquência ou desajuste social.

Enquanto fator importante para compreensão desses problemas os esforços para definir as necessidades humanas são variados. Primeiramente, as perspectivas propuseram-se a encaminhar os debates dentro de abordagens naturalistas, posteriormente cultural e sociológica. Essas concepções permutam-se dependendo dos tempos, espaços, da disciplina enfocada, da análise estabelecida. As conceituações caminham por variantes filosóficas, psicológica, econômica e sociológica.

A educação formal, na escola, ou a não formal, fora da escola, devem estar atentas a esta realidade e considerar estes fatores como determinantes em seus planejamentos. 

Uma escola que não enxerga a realidade e o contexto social do estudante esta fadada ao fracasso em seu processo de inclusão social e em sua missão de formar cidadãos.

 

Referência:

CALIMAN, Geraldo. Paradigmas da exclusão social. Brasília: Editora Universa, UNESCO, 2008.368 p.

 


quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Resenha: A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação

 

Resenha Parte 1: A formação de professoresda Escola Normal à Escola de Educação

 

LOURENÇO, M. B. & FILHO, L. R. (org.)  A formação de professores: da Escola Normal à Escola de Educação. Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2001.125p.

                                                                                       


 “ Nenhuma profissão justifica progresso e avanços constantes como a de mestre ” (LORENÇO, 2001, p.114). 


Por Marli Dias Ribeiro 


            O livro de 125 páginas reuni uma coletânea de nove ensaios   publicados na Revista de Educação, de Piracicaba, São Paulo e na Revista de Estudos Pedagógicos, do Rio de Janeiro no antigo, Distrito Federal, de 1922 até 1960.   Alguns dos textos são exemplos singulares em experiência de formação de professores na década de trinta. Eles agregam documentos históricos e pedagógicos, estudos e práticas de preparação de docentes. Em linguagem objetiva e com trechos reflexivos tornam Lourenço Filho uma referência nacional na educação e na gestão escolar.

            No texto: A arte de ensinar, o tema é a vocação. O autor inicia apresentando ao leitor a ideia de que aprender e ensinar são o alvorecer da vida humana. A complexidade social encaminhou o pai, o mestre e o sacerdote a prolongar os costumes de ensinar, seja pela tradição de chefe patriarcal, seja pelo cunho religioso, fazendo-se assim, do ensino um fundamento da sabedoria.

 A escola moderna como função do Estado geraria segundo o autor, o mestre em seu tipo atual, o professor civil e leigo, homem ou mulher. A profissão nasceria do poder do pai, ou a serviço da crença. O professor seria o mestre, um soldado da pátria, ou servidor de Deus, destaca Lourenço.

            Inicialmente são apresentadas as condições, o surgir, e o lugar do professor. Em seguida, o texto mostra as condições e dificuldades de se alcançar o elevado valor da missão educativa.

A figura da professora não aparece retratada com a de uma simples heroína, o trabalho intelectual, segundo o autor, tem a fácil ideia de facilidade, o que de fato não é. Por outro lado, questões econômicas e políticas, definem, ser o professor em essência, uma criatura ínfima na ordem social. O poder do mestre ultrapassa a questão econômica e se estabelece não é pela força física, que a porém, pelo fato de que ensinar pode ser dominar. 

            Nesse sentido, pergunta-se da existência de uma vocação para o magistério. Ela existe?  A resposta de Lourenço é que não há uma vocação mística, predisposição orgânica, mas sugere-se que certos indivíduos com maior ou menor eficácia aderem à profissão por influência social. Destaca que a tendência de ensinar é comum, todavia a certos tipos que suportam melhor a profissão, possuem psiquismo que melhor respondem às suas exigências.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

EDUCAR NA ERA DIGITAL: a escola pensando e fazendo gestão do conhecimento

 

EDUCAR NA ERA DIGITAL: a escola pensando e fazendo

 gestão do conhecimento 

                                                                                                          Por Marli Dia Ribeiro 

 

O mundo mudou e a educação precisa e deve acompanhar os contextos de transformação ou pode deixar de oferecer aos estudantes as habilidades e expressões dos novos tempos.


A sociedade e a escola não podem estar separadas e, hoje esta relação se manifesta nas redes sociais e de  partilha,  em comunidades  virtuais,  nos blogues e nos espaços de construção coletiva das novas narrativas de conhecimento, isso exige habilidades importantes para estudantes e educadores. 

 São várias as habilidades que precisam ser trabalhadas e desenvolvidas. Destacamos as que foram explicitadas por W. Tony  em sua obra  Educar na era digital. Assim tronar-se fundamental que os espaços educativos trabalhem em: 

  • Habilidades de comunicação:  precisamos incluir habilidades de comunicação em mídias sociais, em   comunicação tradicionais de ler, falar e escrever de forma coerente e clara. Exemplos como criar um pequeno vídeo no YouTube para capturar a demonstração de um processo, fazer um discurso de vendas e desenvolver a oratória na e fora da escola;
  •  Capacidade de aprender de forma independente: isso significa assumir a responsabilidade de planejar o que você precisa saber e encontrar esse conhecimento.  É um processo contínuo porque a base do conhecimento está em constante mudança. Procure aprender  e ensinar novas maneiras de fazer as coisas, ou aprender quem são as pessoas que você precisa conhecer para fazer o trabalho;
  • Ética e responsabilidade: são necessárias e essenciais para construir a confiança (particularmente importante em redes sociais informais), mas também porque geralmente é positivo em um mundo onde há muitos jogadores diferentes, relações éticas e responsáveis  asseguram um mundo mais solidário para todos;
  • Trabalho em equipe e flexibilidade:  embora muitos trabalhadores do conhecimento trabalhem de forma independente ou em pequenas empresas,  dependem  fortemente  da  colaboração  e  da  partilha  de  conhecimentos com outras pessoas em organizações relacionadas, mas independentes. Em particular, os trabalhadores do conhecimento, professores e outros,  precisam  saber  como  trabalhar  de  forma colaborativa, virtualmente e a distância com colegas,  e parceiros na solução de problemas e criação de novas possibilidades.
  • Habilidades de pensamento (pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, originalidade e elaboração de estratégias):  de todas as habilidades necessárias em uma sociedade baseada no conhecimento, estas são algumas das mais importantes. Negociadores,
    em particular, são cada vez mais solucionadores de problemas, em vez de seguir processos padronizados, que tendem a se tornar automatizados.
  • Competências digitais: a maioria das atividades baseadas no conhecimento depende fortemente do uso de tecnologias.  A questão-chave é que essas habilidades precisam  ser  incorporadas ao domínio do conhecimento em que a atividade ocorre. Assim, o uso da tecnologia digital tem de ser integrado e avaliado por meio da base de conhecimentos da área;
  • Gestão do conhecimento: esta é talvez a mais abrangente dentre todas as habilidades. O conhecimento não só está mudando rapidamente com as novas pesquisas, novos desenvolvimentos e rápida disseminação de ideias e práticas por meio da internet, mas as fontes de informação também estão aumentando, com uma grande variabilidade na confiabilidade ou validade das informações. A habilidade fundamental em uma sociedade baseada no conhecimento é a gestão do conhecimento: como encontrar, avaliar, analisar, aplicar e divulgar informações em um contexto particular.

    Por fim, o desenvolvimento destas habilidades é um processo coletivo que deve ser construído a partir do diálogo e da colaboração de toda comunidade. 




Fonte: W. (TONY) BATES -EDUCAR NA ERA DIGITA: design, ensino e aprendizagem. As competências necessárias na sociedade do conhecimento (adaptado da CONFERENCE BOARD OF CANADA, 2014):

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

AVALIAÇÃO: RESPEITO, CUIDADO E ZELO COM O OUTRO.


                                AVALIAÇÃO: RESPEITO, CUIDADO E ZELO COM O OUTRO

 

                                                                                                                                 Prof. Dr. Erisevelton Silva Lima 


        A maneira como tratamos as pessoas no trabalho revela, quase sempre, como lidamos com o outro no cotidiano, independente da profissão abraçada. A questão da avaliação torna os tons, mais fortes, porque muitos avaliadores parecem desfrutar de uma situação ultraprivilegiada e repleta de vaidades. Como bem afirmaram Freitas e outros (2009) a avaliação abre ou fecha portas, nesse sentido reiteramos sobre a necessidade de mantê-las, pelo menos, entreabertas; a intenção é a de que evitemos danos maiores ou prejuízos indeléveis para aqueles que estão aprendendo.  À guisa da garantia do controle muitos avaliadores dilaceram a ética e a compaixão em nome de algo presumível, porém pouco tangível, ou seja, o próprio conceito de qualidade; a isso Sordi e Santos (2021) denominaram, acertadamente, de avaliocracia.  

         Não podemos esquecer que somos todos sujeitos da aprendizagem enquanto avaliamos, a diferença é o sentimento que ficará com o outro em razão de como foi ou não respeitado. Cumpre lembrar que assim se estrutura o ‘profissionalismo’ daqueles que tecem os fios da colcha artesanal da avaliação, infelizmente, sem que percebam as diversas exclusões praticadas. Não foi em vão que Hoffmann (2014) alertou-nos que ao avaliar nos denunciamos.




       Sabemos, sobejamente, que a avaliação no percurso se difere da avaliação do percurso. Todavia, percorrer com o outro garantindo-lhe a escuta, ajustando o itinerário formativo e potencializando o diálogo entre o avaliador com o avaliado pode atenuar as dores e os dissabores que permeiam essa jornada. Avaliar é uma tarefa árdua e repleta de sentimentos, ora bons, ora ruins. Recorramos a Marshal Rosenberg (2006) para lembrarmos que a forma como nos comunicamos pode ser mais ou menos violenta e, com isso, intensificamos a saúde do diálogo entre o avaliador com o avaliado. Em decorrência dessas e outras, algumas questões precisam ser eleitas, quais sejam: como estabeleço um diálogo avaliador respeitoso, como realizo uma escuta ativa no momento da avaliação, como permito ao estudante manifestar suas dúvidas e angústias no processo educativo/avaliativo, como garanto a defesa e o argumento do sujeito que avalia enquanto é avaliado? Tais respostas podem nos ajudar nos momentos privilegiados da formação dos professores novos ou daqueles mais experientes. Talvez esteja aqui o objetivo deste pequeno texto reflexivo: que cada um preencha com suas próprias respostas.

         Cumpre lembrar que nossas experiências, vagas ou vastas, são detentoras de inúmeros prejuízos causadores das impaciências para ouvir, escutar e se conectar com o outro. Somos apressados, nossas preconcepções se arvoram e antes mesmo que o outro fale já completamos o pseudosentido da frase ou palavra que deduzimos. Eis um desafio hercúleo, aprender a escutar. É, pois, nesse sentido que sugerimos o uso dos diálogos que potencializem a autoavaliação como precursores dos estágios de acolhida, escuta e conexão com aqueles que agora aprendem. Tais diálogos, socráticos, deixam o outro falar, elaborar e refletir sem medo de punição, vale lembrar.

Aprendamos como avaliar, sobretudo, com humanismo. Para isso precisamos que os sujeitos avaliados possam, também, avaliar a avaliação a que foram submetidos. A bandeira ou tema da avaliação abala as relações institucionais e pessoais. Nossa história de avaliar para excluir e punir ainda deixa o campo educacional tenso e fértil para desconfianças e medos, e isso é muito ruim. Os diálogos que estimulam a autoavaliação podem corroer essas rígidas estratégias da cultura avaliativa, os sujeitos da avaliação não precisam ser vistos como perseguidores ou perseguidos, eles podem entender que a avaliação que desejamos é formativa e, portanto, interventiva, dialogada, consensual e ética. Como bem disse Villas Boas (2014), trata-se de avaliar para a aprendizagem. Quanto mais os sujeitos do processo educativo/avaliativo demonstrarem segurança e confiança uns nos outros, melhores serão os resultados. Não precisamos ameaçar ou amedrontar para ensinar, muito menos para aprender

Texto gentilmente cedido por:   Erisevelton Silva Lima – Pedagogo, Doutor em Educação pela  Universidade de Brasília-UnB), Professor da SEEDF e formador para  docência nas escolas judiciais e de magistratura brasileiras. 

 

REFERÊNCIAS

 

FREITAS, Luís Carlos de e outros. Avaliação Educacional: caminhando pela contramão. Ed Vozes, RJ, 2009.

HOFFMMANN, Juçara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 33. ed. Porto Alegre, RS: Mediação, 2014

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Ed. Ágora, RJ, 2006.

SORDI, Mara Regina Lemes de. SANTOS, Marcos Henrique Almeida dos. O lugar da avaliação das aprendizagens em uma perspectiva histórico-crítica. In: VEIGA, Ilma Passos A. FERNANDES, Rosana César Arruda, (Org) Por uma Didática da Educação Superior. Autores Associados- SP, 2021.

VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Avaliação para a aprendizagem na formação de professores.  Cadernos de Educação, Brasília, n. 26, p. 57-77, jan./jun. 2014



quinta-feira, 5 de agosto de 2021

TODOS OS EDUCADORES SÃO LÍDERES IMPORTANTES

 

TODOS OS EDUCADORES SÃO LÍDERES IMPORTANTES


Por Marli Dias Ribeiro 

 “Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor”. Walt Disney

O estudo e o conceito de liderança são alvo de pesquisa ao longo dos tempos. Há décadas estudiosos buscam desvendar a influência de líderes e como pessoas podem ser motivadas a apresentarem resultados em trabalhos e atividades em grupo quando orientadas. Quem não se lembra de um professor liderando seus estudantes?



Na antiguidade, Platão em sua obra a “República” discorria sobre o líder ideal. Sócrates, tornou-se conhecido por instruir e ensinar seus discípulos por meio de uma série de perguntas cuidadosamente elaboradas e selecionadas com a intenção de pensar a autoavaliação, e levar o estudante a uma conclusão sobre sua atuação com o poder. Este método de perguntar era usado para desenvolver as habilidades de pensamento crítico. Bass (1988) argumenta que "desde sua infância, o estudo da história tem sido o estudo dos líderes - o que e porque eles fizeram o que fizeram".  Muitos estudos sobre liderança são mais frequentes em história e psicologia. Mas, o que é liderança, o professor é um líder? 

Segundo Chiavenato, "a liderança é, de certa forma, um tipo de poder pessoal. Através da liderança uma pessoa influencia outras pessoas em função dos relacionamentos existentes (...)”. O autor condiciona seu conceito a fatores voltados a influência e a relação existe entre o líder e o liderado, Chiavenato (2000, p. 446). 

            O termo liderança segundo Stogdill (1974) pode ter aparecido por volta do ano de 1300 da era cristã. Seu estudo perpassa as mais variadas áreas do conhecimento e diversos enfoques são atribuídos ao tema. A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Para Chiavenato (1999) quando um líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.


A liderança é um processo chave em todas as organizações e o líder tem grandes responsabilidades com o grupo, comunidade liderada pois sendo a liderança uma forma de influência a pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional, sendo as consequências, então, ligadas as escolhas do líder. De fato, a liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. A escola é um destes espaços, assim, todo educador é um líder. CHIAVENATO (1999, p. 553-627).

            De modo geral podemos dizer que a liderança existe sempre baseada em processos que envolvem grupos variados de pessoas, que são influenciadas, motivadas ou orientadas por um líder para executar determinado fim ou ainda, realizar trocas sociais. Estas ações são rotineiras nas escolas e os professores exercem grande poder de influência sobre os estudantes.

Nas últimas décadas a temática sobre liderança ganhou força e relevância sendo abordada por especialistas em gestão e especialistas em assuntos organizacionais. Bass (1998) assegura que: “Existem quase tantas definições de liderança quantas pessoas que tentaram definir o conceito”.

Sim, o educador é um grande líder, e deve assumir seu papel de liderança no espaço educativo, perceber-se como agente de transformação, focar nas habilidades do líder conduzir, influenciar e canalizar a energia dos estudantes liderados a atingirem objetivos educativos, sociais, de fraternidade e de acolhida. Esta ação de mudança faz-se necessária em tempos difíceis como os de agora.

Assim, a ideia principal abordada nas definições de liderança passa pela habilidade do líder orientar pessoas, utilizando suas características, estratégias, influência, e percepção, mas também, sua capacidade de compreender a posição de liderança para pensar um ambiente de solidariedade, respeito, empatia e aprendizado, e isto, cada professor deve, e sabe fazer com extraordinária maestria.

 

Referências:

Imagens: Pixa bay

BASS, B. M. Transformational leadership: Industrial, military, and educational impact.1998.

CHIAVENATO, Ildebrando. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CHIAVENATO, Ildebrando. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6 eds. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

STOGDILL, R. M. Handbook of leadership, N. Y., MacMilan/Free Press, 1974.

 

 

sexta-feira, 18 de junho de 2021

DEMOCRACIA É RESPONSABILIDADE, DIREITO E DEVER, DE TODA COMUNIDADE ESCOLAR, DE TODO CIDADÃO!

DEMOCRACIA HOJE, AMANHÃ E SEMPRE!


 

DEMOCRACIA É RESPONSABILIDADE, DIREITO E DEVER, DE TODA COMUNIDADE ESCOLAR, DE TODO CIDADÃO! A DEMOCRACIA TRANSFORMA A ESCOLA.


Por Marli Dias Ribeiro


 Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia ( Nelson Mandela)

A Democracia parece ser utopia para o povo brasileiro. Se olharmos a história de nossa pátria temos atropelos, idas e vindas, e depois, de tantos anos de República você saberia dizer quantos presidentes terminaram seus mandatos?

Em um dos grandes clássicos de nossa literatura, Casa grande e senzala, de Buarque de Holanda  já denunciava que a democracia entre nós, sempre foi um mal-entendido, e que, os movimentos aparentemente reformadores no Brasil partiram, quase sempre, de cima para baixo, quase sempre de surpresa, quase sempre frutos de armações. O povo recebeu-os com displicência ou hostilidade. Não emanavam de uma maturidade plena do povo que ficou displicente a tudo (HOLANDA,1963). Uma passividade que pouco se transformou em décadas, ou quem sabe em centenas de anos.

Hoje, apesar de termos uma aparente democracia, ainda convivemos imersos em grandes escândalos, negacionismos, desrespeito às liberdade e minorias. A nossa democracia ainda não amadureceu. 

Anísio Teixeira, um educador defensor da causa, reclamava que o  Estado (...) a sua eficácia consiste em conter e subordinar, sendo, assim, centralizador por essência e que a democracia, como regime do homem para o homem importa em evitar tais organizações monstruosas, aberrantes da dignidade humana, sejam elas, do Estado ou do Trabalho,  ou acrescento, das escolas (TEIXEIRA, 1956).

    Em alguma medida avançamos, mas a pergunta ainda impera nas redes de ensino e nas escolas, por que ocorre ausência de participação da Comunidade Escolar na tomada de decisão pedagógica, administrativa, financeira, e , nas políticas públicas?

Resposta complexa. Algumas indicações de progresso parecem possíveis, tais quais:

* Mobilizar a comunidade o para que seja ativa, informada, consciente;

*Ampliar o direito de participação direta ou indiretamente.

*Compreender que o conflito é legítimo e necessário;

*Buscar conciliar igualdade e liberdade;

*Dar abertura às mudanças sociais; apoiar grêmios, clubes e organizações dentro e fora da escola que trabalhem em prol da coletividade, da igualdade e da construção de cidadão críticos;

*Impulsionar a centralidade das políticas educacionais e dos projetos pedagógicos da escola com a Implementação do processo de participação e de decisão com a implementação de autonomia.

            Por fim, democracia é responsabilidade, direito e dever, de toda comunidade escolar, de todo cidadão! Vamos continuar lutando por ela em todas as nossas escolas.

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

REDES SOCIAS: CONTEXTOS E USO PEDAGÓGICOS


 


REDES SOCIAS: CONTEXTOS E USO PEDAGÓGICO

    Com as grandes mudanças que estão ocorrendo no mundo, estar na era do conhecimento e das transformações digitais, exige de cada um de nós novos olhares em relação as redes sociais e as formas de utilização nos espaços de ensinar e aprender. 




    Este vídeo mostra uma reflexão sobre a temática e foi resultado de uma trabalho apresentado no Programa de Pós Graduação Stricto Senso da Universidade Católica de Brasília - Educação Tecnologia e Comunicação por Marli Dias Ribeiro e Suzane Margarida.



https://www.youtube.com/watch?v=z66-mgyzUWU



quarta-feira, 5 de maio de 2021

LIDERANÇA DEMOCRÁTICA E TRANSFORMADORA NAS ESCOLAS

 

Liderança democrática e transformadora nas escolas


Por Marli Dias Ribeiro 


        

Liderar é motivar pessoas. Como dizia Abraham Lincoln: “A maior habilidade de um líder é desenvolver qualidades extraordinárias em pessoas comuns. ” Um líder pode orientar e estimular pessoas a atingirem resultados importantes e necessários tanto para si como para a instituição ao qual faz parte. Na educação, na escola, não é diferente.

        Os educadores, em docência ou gestão, deverão possuir fortes valores e acreditarem na capacidade de seus alunos. Precisam ser visionários e transformacionais de modo a acreditarem na visão da transformação pedagógica. È importante que se dediquem à nova visão de auxiliarem a institucionalizar um novo processo pedagógico/educacional, comprometendo-se com os resultados alcançados, com a participação e com a democracia. Uma liderança que fortaleça a gestão democrática e a enraíze como cultura escolar é fundamental em espaços de ensino e aprendizagem.

        Cabe ao líder, identificar as formas de liderança, e usá-la de forma intencionada, podendo ser uma estratégia para melhorar o desempenho da escola, tanto para o gestor quanto para os professores. Bons líderes desenvolvem habilidades e competências que podem ou permitem gerar um ambiente de trabalho com produtividade, cooperação e pautado no trabalho coletivo e democrático.

        Por esse motivo é importante conhecer as formas e/ou tipos de liderança existente no ambiente de trabalho escolar para orientar ações dirigidas e integradas ao sucesso coletivo. Os professores líderes precisam entender a importância de suas ações na escola e agir como educadores que promovem mudanças.

        Segundo Jodão (2003), a questão não está somente em como adquirir novos conceitos e habilidades, mas também em como desaprender o que não é mais útil à instituição, e isso envolve ansiedade, atitude defensiva e resistência a mudanças. Talvez seja este, o grande desafio, para uma liderança democrática e transformadora.

        Por fim: 

“Se suas ações inspiram outros a sonhar mais, aprender mais, fazer mais e tornar-se mais, você é um líder.” John Quincy Adams



JORDÃO, Gilberto. Professor, um líder na arte de educar. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHumanSocSci/article/viewFile/2200/1379. Acesso em: 10\11\2020.


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